sábado, 30 de novembro de 2013

UM BELO OCASO



















Cai a tarde. O ar sereno não aquece!
Dilui-se na montanha o poente lindo!
Recolho-me em êxtase com uma prece,
Tremo porque fria geada vai caindo.

É distante a estrada e desce... desce...
Vou triste, pois desmaia o azul infindo!
A sombra da montanha, cada vez mais, cresce.
O horizonte apaga-se... Vai fugindo!

E a turba febril das horas agitadas,
Num êxodo estranho, vivendas fechadas,
Só no jardim soluça repuxo sonoro!

Foge, de todo, a luz ou se distancia,
O silêncio é maior... rua vazia!
Vem tristeza... a sombra aumenta... eu choro!

Modesto

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

PELA MANHÃ



















Os raios do sol me tocaram lentamente
A anunciar um belo amanhecer.
Um'imagem encheu-me de paz levemente
E um sorriso estampou-se no meu ser.

Raramente tenho ficado nest' estado,
Parecia haver estranho ritual!
Apagaram-se as linhas do meu passado,
Houve um encontro de almas casual!

E fiquei, então, um momento a pensar
Qual era a lição de vida que queria
Dar ao meu rosto e, suavemente, amar,
Num lindo amanhecer que acontecia!

Mais tarde, veio a dor e a solidão
Quando fost' embora, empurrando meu peito!
Uma lâmina rasgou o meu coração
E a angústia deixou-me neste jeito!

Modesto

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

LETRAS DE SOLIDÃO
























Passeei minhas letras ao acaso,
Onde teus doces olhos iluminam,
Brinquei com palavras fora de prazo
E tentei saber o que me ensinam.

Sonhei com flor perfumada e pura
Tão brilhante que meus olhos faiscaram,
Bebi teus beijos que são de doçura,
Senti tuas mãos que m'alucinaram.

Outro sonho, porém, interrompeu,
Com um sorriso que alguém me deu...
Foram letras de solidão sentidas.

Fiquei sozinho... Amores distantes,
No silêncio que sentia antes
Com letras prás minhas dores trazidas.

Modesto

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

POEMAS DO DIA DE ONTEM
















Nos meus versos tão versáteis,
Já falei de "amanhecer".
Extremei meu sentimento,
Escrevi "anoitecer".
São fenómenos saudáveis
Qu' assumem ao pensamento.

O silêncio da folhagem
Lembrou o amor antigo,
Transportou-o em viagem
E mexeu mesmo comigo!
E à sombra da paisagem,
Palavras dão-lhe sentido,
Murmurando na aragem:
Entardecer! Colh' abrigo.

Cores que recebem luz,
Tomam do sol no poente,
Qu' extremamente reluz
E o dia fic' ausente,
Recolhe no seu vagar
O fulgor que pode dar.

O dia volta a nascer
'inda azulado verde
E ninguém quer parecer
Qu' assim a noite se perde.

Modesto

terça-feira, 26 de novembro de 2013

FOI HÁ MUITO TEMPO



















Inquieto e com vontade de viajar
Ao acordar de um sonho esfacelado,
Ouço p'la noite melodias d'encantar
E uns enormes bombos sempre a rufar.

Em vez de me aquietar, de me deitar,
Sinto-me arrancar como velho detrito,
A precipitar-me e a ir pelo ar
Em voo picado rumo ao infinito.

Caí por terra, jardim do meu coração,
Num canteiro de manjericos, açafrão...
Lugar que para mim, hoje, inda fulgura.

Eu queria entender o voo dos pássaros
Também queria viver nos tempos jurássicos...
Mas há um deserto que está em clausura.

Modesto

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

OUTONO



















Chegou Outono em arrufos de vento.
As folhas desmaiam, embaladas p'lo ar
E vão caindo... caindo... em desalento,
Devagar, lentamente... no chão vão pousar.

O céu perdeu o azul, vestiu de cinzento,
Envolveu a neblina na luz do luar.
Caminhos atapetados cada momento,
Há o gemido das folhas a expirar.

O arvoredo acaricia seus ninhos,
O vento ciranda na curva das estradas
E eleva as folhas em redemoinhos.

O vendaval leva folhas secas em bando,
Aragem soluça entre as ramas curvadas,
Ouve-se arvoredo em coro chorando.

Modesto


CRISTO REI DO UNIVERSO





















Quem, no mundo, não tem o seu calvário,
E carrega sua cruz... Diz-me quem?
Nosso sofrimento pode ser vário...
Maior ou menor, não foge a ninguém!

Procura consolar-te no Sermão
Que Cristo pronunciou na montanha:
Na terra, tudo passa, tud' é vão!
A sombra do pecado t' acompanha...

Em tod' a part' existe a Luz de Deus,
Como a guiar sempr' os passos teus,
Tua vida, mesmo que seja mansa.

Cristo Rei ganhou-nos a Salvação,
Da Sua Cruz veio Ressurreição,
Com Ela, deu ao mundo esperança!

Modesto

sábado, 23 de novembro de 2013

JARDIM VOLUPUOSO



















Tens as tuas mãos geladas
Pra cortar aquela flor!
Pois, não cortes... São amadas,
São beleza do amor!

Mas há rosas desfolhadas!
Tristeza d' alma e dor...
Nestas belas madrugadas,
Amantes fazem amor...

Há um jardim pra entrar:
Escuta o qu' a alma diz!
Lá dentro podes sonhar,
Mas sais de lá infeliz!

A volúpia das rosas
Tem amor e ilusão.
Há delícias amorosas...
Deixas lá teu coração!

Modesto

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

É MANHÃ!

















As estrelas desapareceram,
O frio aperta,
Os pássaros já perceberam,
O galo deu o alerta...
Amanhece!
O sol desponta,
Apaga os rastos da madrugada,
Enxuga o orvalho da verde relva.

A infância volta a ser lembrada!
Com o cheiro da erva molhada
E aquelas recordações
Em que tudo passava por renovações,
Descobriam-se novas formas de prazer,
De sentimentos, de sonhos e de lazer...
Porque havia liberdade
De ser e ter propriedade
Do novo dia
Que reluzia,
Prenúncio de nova alegria
Que espalhava a aurora,
Sem pressa de ir embora
E se escondia no horizonte...
O sol já bebe na fonte!
E nós, felizes e descansados,
Agradecíamos os sonhos sonhados
E o ter fugido o breu
Cada um sabendo que sobreviveu!

Modesto

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

ENQUANTO TUDO DORME



















Enquanto tudo dorme, sinto alegria,
Pesquiso o alto que está luminoso,
Abóbada 'strelada de frente alumia,
A noite oferece um céu radioso.

Penso noutros sóis, decerto, resplandecem,
Mas para os entender, só predestinado...
Adormecendo, só a minh' alma aquecem...
É por isso que o céu fica iluminado.

Na hora, a noite, docemente, me brinda
E comtemplo comovido festa infinda:
Vejo estrelas dançando lado a lado.

Há uma sombra escura e taciturna:
Misterioso rei desta festa noturna,
Só pra isso é que o céu foi iluminado.

Modesto

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

AMANHECER
























Amanhece!
Há o cheiro da terra orvalhada,
De folhas molhadas
Que invade a minha alma,
Atiça-me os sentidos,
Aguça-me os desejos
Que vibram sem calma!
Suave cheiro que envolve momentos,
Acaricia a alma,
Renova e dá alento...
No peito bate um sentimento
De sensação envolvente,
Em formas de fragrância
Que entontece a gente,
Como se fosse criança!
É um aroma eloquente
Que remexe com os sentidos,
Desperta desejos incontidos,
Com deliciosas emoções
E inexplicáveis sensações!
Há um prazer extasiante,
Logo que surge o sol exuberante!

Modesto

terça-feira, 19 de novembro de 2013

ENTARDECER NA MONTANHA




















Na tarde fria, pelo céu em festa,
Pássaros gritam e ouvem-se longe.
Há mil perfumes de tomilho e giesta...
Silêncio e já reza o monge!

Devagarinho vêm as estrelas,
Abrem no alto seus olhitos piscos.
Ouço cantigas, pelo ar, singelas...
O gado manso volta aos seus apriscos.

P'la minha janela sempre aberta,
Ouço vozes, rezas de humildades...
Há o perfume das urzes em flor.

Tudo se cala: O amor desperta,
Quando da Torre soam as Trindades:
Hora doce de saudade e amor!

Modesto

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

À PROCURA DAS ESTRELAS
























Faz frio! Eu vou buscar agasalho.
Oh! Lágrimas... Eu luto por vencê-las...
Vou na estrada, minha mágoa espalho.
De olhos abertos, procuro estrelas.

As flores já choram lágrimas d' orvalho,
Trémulos, vivas... mas não consigo vê-las
Porqu' as folhas balançam em cada galho
E toda a Criação chora p'las estrelas.

Sigo tristonho... Baila pelo espaço
Um lamento por aquelas que ficaram
Sem o amor, sequer, para entendê-las.

Fica a minha dor por onde eu passo...
Olho o céu... As mágoas debandaram
Com o 'splendor brilhante das estrelas!

Modesto

domingo, 17 de novembro de 2013

SENTIR E PENSAR
























Tenho tanto sentimento
Qu' é fácil persuadir-me
De que sou sentimental.
Mas eu posso redimir-me:
Não passa d' um pensamento
Que não sinto, afinal.

Mas se viver como vivo
Esta vida qu' é vivida
E outra que é pensada,
É vida que sobrevivo,
É a que é dividida
Mas é a qu' está errada.

Qual, porém, é verdadeira
E qual errada? Ninguém
Me saberá explicar,
Porque vivo de maneira
Qu' a vida que gosto tem
Este modo de pensar.

Mas eu tenho um horizonte
Qu' é a minha caminhada
Donde nasce a esperança:
Luto com garra de fronte
Com gente desanimada
Qu' o optimismo alcança.

Modesto

sábado, 16 de novembro de 2013

E ASSIM VAMOS
























No ar leve há perfume de rosas,
Na minha voz solidão sufocada,
Há um tremor na tua voz cansada...
Mas horizontes e manhãs luminosas!

Promessas de amor nas madrugadas,
Como s' a vida toda resumisse
Só em dizer "amor" e se sumisse
Com mágoas, dores indesejadas!

Mas nós aqui, vivemos e amamos
A pedir do infinito possível
Piedoso abandono visível.

O presente é ponto de chegada
Entre um começo e outro, há nada,
Excepto o viver a que aspiramos.

Modesto

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

ONDE?

















Em qualquer recanto onde existam rosas,
Qualquer rua escura com bom ou mau tempo
As palavras soam sem ser indecorosas...
Talvez eu me mate só d'encantamento!

Onde haja caminhos e se vá com regras,
Ou estradas largas com luzes acesas,
Passarinhos voem pela noites negras...
Onde haja esperança e belezas!

Onde haja a certeza que tem alegria
E onde o túnel do mal jamais existe
Como as flores que se dão a Maria
E onde o bem não deixe ninguém triste!

Onde tribulação seja um instante
E todos consigam manter sua calma...
Talvez eu não morra e mais me encante,
Onde o amor e a vida tenham alma!

Modesto

TERNO AMOR















Não seja meu amor mero passageiro,
Neste bosque florido e com quimeras,
Onde a esperança 'stá em cativeiro,
Lembrando-nos dos encantos das esperas.

Nossas vidas eram um cancioneiro
Com memórias do amor de quantas eras
Migradas de entre pedras pró canteiro,
Onde plantámos a flor das primaveras.

E os dias não nos eram enfadonhos
E deixavam-nos fluir em nossos sonhos,
Como almas gémeas de travesseiro.

Devia ser o amor que era tanto,
Transcendendo os limites do encanto
E era tão terno quanto verdadeiro!

Modesto

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

OS PARDAIS DO MEU TELHADO
























Numa tarde, ao pôr do sol,
Nuvens ameaçam chover.
Os pardais com o arrebol,
Procuram onde recolher.

Quando olhei prós meus beirais,
Vi um 'V' neles desenhado:
Era um bando de pardais
Encostados no meu telhado.

Num pra lá e pra cá constante,
Com seu bonito chilrear,
juntam-se em bando cantante,
Sentindo mau tempo chegar.

E este bando de pardais,
Estão em grand ' excitação:
Pousam juntos nos meus beirais
A chilrear lamentação.

Da janela, entre arvoredo,
Outro bando vi abrigar.
Parece que perderam medo,
Soltando um lindo cantar.

Não entendi a decisão
E fui a janela fechar.
Mas foi grande a emoção
Acordar com belo cantar.

Modesto

terça-feira, 12 de novembro de 2013

LIVRAI-ME
























Em silêncio eu rezo
E peço por tudo o que mais prezo,
Livrai-me:
De toda a mágoa que me impede de sorrir,
Das más intenções que me impedem de Te seguir,                           
Dos maus pensamentos que me tiram a paz,
Da incapacidade de ver o bem que o outro faz,
Das más palavras que me levam ao caos,
De pensar que os outros é que são maus...
Livrai-me:
Dos maus corações,
Das más intensões,
De tudo o que cá dentro me faz mal,
Da corrupção da vida real...
Livrai-me:
Da falta de fé,
Da falta de sonhos,
Da falta de paz...
Para que, assim, me torne livre
De tudo o que me prende,
De tudo o que ofende
A minha liberdade,
A minha sensibilidade,
A minha humanidade...
Dai-me:
A liberdade de ser,
O prazer de sentir
A Natureza a florir!

Modesto

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

DIA DE S. MARTINHO

















Foi santo, segundo a lenda,
Foi caridoso para com um pobre:
Da capa fez um manto como prenda,
Pra o cobrir do frio, gesto nobre!

Conta-se qu'o dia era gelado...
Depois de tapar o pobre, do frio,
Um sol brilhante e acalorado
Surgiu rapidamente do sombrio!

Assim é o Verão de S. Martinho,
Que no Outono álgido, cinzento,
Com castanhas assadas e bom vinho,
Comemora-s'alegre o evento.

Viva S. Martinho, Soldado Santo
Que nos deu esta festa d'alegria!
Castanhas e vinho: fazemos canto,
Com sol e vinho, se festej'o dia!

Modesto

TUDO PASSA

















Já tudo vai tão longe!... A mocidade,
Logos, pathos, eros, e...ainda mais!
Juras qu'iam até à eternidade,
Concepções do mundo... muitos ideais!

Crepúsculos de rara suavidade,
Carícias embrulhadas em cristais...
Havia sempre a terna novidade:
Afectos, ritos, gemidos musicais!

Esses ritos e gemidos musicais
Sumiram-se em dispersos vendavais...
Ficou a saudade e o extravio...

Foram-se os sonhos, ou são dissonantes...
A vida já não é o que era dantes:
É um gemer de ais e um desafio!

Modesto

domingo, 10 de novembro de 2013

ESPAÇO DE DELÍRIOS
























A minha visão do mundo
É a mesma que tu sonhas:
sem correrias medonhas,
Nem egoísmo profundo.

Disto nunca mais nos toca!
O sistema do planeta:
Cada um com sua treta
E viver a vida oca!

Competição e consumo,
Seja adulto ou criança,
Já não tem mais esperança...
Assim, não muda de rumo!

Lágrimas sem sentimento
E mágoas soluçantes...
Não há vida como dantes!
Só actos incongruentes.

Venha o sol iluminar
A dispersa multidão,
Lacaios em pelotão...
Se volte pró verb'amar!

Modesto

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

ROSA VERMELHA



















Queria ouvir uma canção amena
Acompanhada da água corrente
Que destila da mágoa toda pena
Que um grande amor ingénuo sente.

Queria escutar a cítara de alfena,
Arco curvo como tua alm'ardente
Que me faz doer numa paixão extrema
Como rosa vermelha do oriente.

O amor que ao princípio me fez
Com qu'os olhos se espelhassem nos teus,
Durou doces horas tão deliciosas!

Queria que me fosse dado uma vez
Repousar no teu corpo como um Zeus
Numa mortalha de pétalas de rosas!

Modesto

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

GOTAS DE CHUVA
















Cai chuva, não alivia.
Brilha sua transparência,
Mostra sua harmonia,
Molhando a inocência.

Cada gota no seu posto,
Salpica as expressões
Que, caindo no teu rosto,
Te vão fazer sensações.

Humedecem peles frias,
Ou deslizam pela pele:
Hidratam as nostalgias
Com emoções de vergel.

E há rajadas de ventos
Que trazem melancolias,
Lembrando outros momentos
Qu'o vento enlouquecia.

São gotas e um gotão
A dançar bem abraçados,
Dirigem-s'ao coração
Deixando-o tão molhado...

Modesto

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

ACREDITAR

















Fé é pomba que esvoaça,
É flor cheia de perfume,
É sentir em si a graça,
É subir até ao cume.

Todas as coisas ficaram,
Por tempos, tempos sem fim:
Os que me acompanharam
Testemunharam assim:

Quero estar conTigo a sós,
Confessar-Te meu viver,
Desatar todos os nós
E seguir o Teu querer.

Viver com sinceridade,
Os outros melhor tratar,
Dizer sempre a verdade,
A todos de Ti falar.

Modesto

terça-feira, 5 de novembro de 2013

AMOR QUE LIBERTA
























Ó grandioso amor de que padeço
E que conta mistérios sobre mim!
Ó enigma, princípio sem começo,
Destino que começa e não tem fim!

Mas é um amor que dói, amor avesso
Que em mim se exaure e me faz assim,
Levando-me a viver pra quem mais mereço,
Na volúpia de crer que é amor afim.

Flor de lótus e beijos consagrados
Nos desígnios dos bem-aventurados
Com alma pronta na vida já completa.

É do céu que me vem este dom divino
E de viver no mundo o meu destino,
O carisma do amor que me liberta!

Modesto

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

NADA DE NADA
























O sabor acre do pranto
Tem o rústico das vinhas
E o êxtase do cântico
Das almas das andorinhas.

O amor dos namorados,
Enlace das almas gémeas,
Eflúvios perfumados
Dos canteiros d'alfazemas...

E entre o amor que vem
Ou o destino as atas,
Dizem que vem do além,
Murmúrio das cascatas.

Apesar dos desencontros,
Ofício das mal-amadas,
Nem seque há reencontros
Das almas desencontradas.

Modesto

domingo, 3 de novembro de 2013

DIA DE FINADOS



















O sol raiou,
A flor abriu!
A gota de orvalho
Correu apressada,
Pela folha molhada
E caiu no galho
Em decomposição!
O galho se renova,
Como em mim e em ti,
Pois sabemos que nesta cova,
Não ficaremos sempre aqui...
Corremos para a Ressurreição!
Nesta terra, somos viajantes,
Bastante errantes!
Mas lutamos por uma vida nova
Que se renova
Em cada dia...
Enquanto, sonhando,
Vamos amando
E pensando
Que tudo seria,
Se não fosse a ganancia,
Como Deus queria!

Modesto

sábado, 2 de novembro de 2013

PARENTESES DA VIDA



















Eu sonhei que nos ramos das videiras
Há copos de vinho de aventura,
Com cenas de docinhas brincadeiras
Que me lavam com brisas de ternura.

Nesse sonho, vejo que sou pastor,
Levo um rebanho já bem comido.
E um bom amigo e protetor
Guia-me por ravinas ao abrigo.

E vejo verdes heras nos penedos,
Um pássaro cantor me faz visitas,
Belos jardins fechados, arvoredos...
Então, eu sei que tu aí habitas!

Ficámos nesse abrigo antigo,
Tocados pela mais bela história...
É que tu também sonhavas comigo:
Tão bom amor que ficou na memória!

 Modesto

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

DIA DE TODOS OS SANTOS
























Hoje lembro outro mundo acessível,
Onde as almas dos Santos vão pairando
E onde se ouve os Anjos cantando
A sinfonia da amplidão visível.

Toda a pessoa que seja sensível,
Ganha asas para, na terra, voar
P'las regiões secretas e desvendar
Vida pura e felicidade incrível.

É preciso não só ter asas, mas garra,
Pra escutar o lindo som da fanfarra
Da oração da alma augusta, forte.

É preciso subir íngremes montanhas,
Viver com irmãos, situações estranhas,
Num sentimento de paz... que vem a morte.

Modesto

VONTADE DE TE BEIJAR

 Estava no meu quarto A pensar na minha vida... A minha vida sem ti,  Minha querida, percebi O valor do meu amor, Do meu amor por ti. É a ti...