quinta-feira, 25 de junho de 2020

A MONTANHA



















Com majestade eleva-s' orgulhosa
E rasga firme a túnica celeste.
Aos pés fica a planície curiosa
Olhando esta grandeza tão agreste.

Vivem por lá animais, aves e feras
E dormem as penedias circundantes,
Passam por lá Invernos e Primaveras
Que dão beleza aos mantos verdejantes.

Contempla desse altar paisagens belas.
À noite, sente os beijos das estrelas
E horizontes infindos, dilatados...

Alpinistas sentados num penhasco
E envolvidos num manto de damasco,
Ouvem o rumor dos rios já cansados.

Modesto

quarta-feira, 17 de junho de 2020

VIAGEM DA VIDA

















Quando ia a caminho do Tabor...
Na minha alma havia primavera.
Achei a encruzilhada desta dor
E o Tabor ficou à minha espera.

Talvez errei na escolha do caminho,
Talvez não escolhi bem a bagagem
E confundi a rosa com o espinho,
Ou fiz fora de tempo esta viagem.

Tinha na minha vida um calendário,
Por isso fui parar a um calvário
Que pouco tinha a ver com esse Teu.

Quem, na vida, 'scolheu caminho errado
Terá sempre um destino atribulado
Que de certo não conduzirá ao céu.

Modesto

sexta-feira, 5 de junho de 2020

QUE BELA É A NATUREZA!














É bela a madrugada quando sai
Do seu berço, depois dum longo sono;
É belo o fim da tarde quando vai
À procura dos braços do seu dono.

É formoso o canteiro que of'rece
Perfumes, borboletas e beleza;
Esse bicho-da-seda quando tece
A teia fina cheia de pureza.

É belo o rio quando alegre canta,
Envolvido em espuma num açude;
É bela a águia quando se levanta,
Levando para o alto o seu laúde.

É belo ver o céu atapetado
Com nuvens de cristal, como algodão,
Ver um loiro trigal tudo ondulado
A prometer um saboroso pão.

É belo ver o mar beijando a areia,
Ver o límpido lençol da neve fria,
A túnica vestida da lua cheia
E ouvir dum rouxinol a sinfonia.

Mas é mais belo ver numa janela
Uma rosinha humana debruçada:
É a mais linda e encantadora tela
Num caixilho celeste emoldurada.

Modesto

AO RITMO MONÓTOMO DA MÓ

 Pôs-se o sol. Já a Ísis, vestida De luz plena, estes montes prateia. E a ribeira que de água vai cheia, A embalar-me, abstrai-me da vida. P...