Vejo-te, meu amor, com o teu manto,
Feito, agora, de dor e de amargura;
Tua vida que outrora era só canto,
Perdeu toda a alegria e formosura.
Outrora, tua vida era um jardim,
Onde nasciam rosas perfumadas,
Esse teu coração tinha alvoradas
Brancas e puras como um querubim.
Porém, não desanimes, pois a vida
Tem poentes e auroras radiosas;
Qualquer monte tem vale e tem subida:
No vale e no cimo há também rosas.
Podes vestir ainda teu manto lindo
E de novo cantar tua canção...
Corajosa, teu monte vai subindo
E leva na subida meu coração.
Modesto