segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

AINDA SOMOS O PAR CONSTANTE




















Dia de festa! Era o mês de Janeiro.
Festa da minha vida, a noite brilhante...
Tu chegaste e eu fui o teu par primeiro.
Dançamos - como é bom lembrar ess' instante!

Tu estavas linda! Eu feliz, petulante..
Sim, um petulante, mas um bom cavalheiro.
Dançamos toda a noite, fui teu par constante.
Nem só par constante: Eu fui teu par primeiro!

Tantas coisas lindas disse, juntos os dois,
Nosso mundo havia de surgir depois,
Com meus olhos nos teus... Afinal, quem diria?!

Quem diria ao ver-nos naquele instante,
A vida inteira seria par constante?
Nosso par feliz, constante desd' esse dia! 

Modesto

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

EU QUERIA


















Ver o sol brilhar em todos os continentes
Para proteger e dar amor à criança.
Qu' as pessoas fossem menos indiferentes
E nos corações vivesse a esperança.

Que a fome no mundo fosse erradicada,
Entre povos reinasse somente a paz,
Não se fizesse guerra por tudo e por nada,
Que os maus momentos ficassem para trás.

Qu' o salário fosse digno pra viver
Sem aquelas bolsas... só pra enganar.
Trabalhador pago plo que sabe fazer,
Valorizando-o pelo que sabe dar.

Ter o poder de reescrever a história,
Poder extirpar corruptos até ao fim,
Ter um orgulho forte da nossa memória,
Ver um mundo diferente - queria sim!

Modesto

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

SER CRIANÇA

















Ser criança é início
Da viva de confusão,
Da dúvida, benefício,
Do sim e agora não.

S' uma infância tiveste
E uma criança foste,
Muitos amigos fizeste
Com um sorriso no rosto

O ser é tudo na vida,
Vida adulta crescida,
Carinhoso sentimento...

Então, cresces a sonhar
Na lua pra lhe cantar
E vives em passatempo.

Modesto

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

VAMOS MORAR NA COLINA

















Vamos morar no alto da colina
E brincaremos nos campos em flor:
Serei um menino e tu menina,
Aí viveremos sem mágoa, dor...

Levantar cedo, bem antes do sol,
Tomamos café, vamos passear:
No Douro vamos pescar com anzol
E tu ficas n' areia a brincar.

Aos Domingos, vamos à procissão,
Tu levas um vestido d' algodão
 E eu um fato riscado de giz.

Compramos uma prenda no leilão,
Rezamos com fé e com devoção.
Então, seremos um casal feliz!

Modesto

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Ó DOURO QUE TE QUERO TANTO!

















Prá posteridade, ó doce rio,
Nos meus versos tens nome celebrado!
O sono do esquecimento frio?
Pois um dia, vê-lo-ás despertado!

Mas vê, nas tuas margens de sombrio,
O assento sob salgueiro copado,
Nas tardes claras do calmo Estio,
As Ninfas a cantar por tod' o lado!

Turbo, banhas as pálidas areias,
No teu campo da ambição, recreias
As porções do teu mui rico tesouro!

Rico é o fluxo das tuas veias
Que um raio de um planeta louro,
Com chamas profundas, brotou o Douro!

Modesto

sábado, 11 de janeiro de 2020

A VIVER MAIS UM ANO NOVO




















O tempo passa!  E o homem passa
Atrás dos anos sem compreendê-los!
Se se mete num' aventura escassa,
Já o tempo lhe levou os cabelos!

Com infortúnios, com atropelos
Da dor que lhe tiram sonhos e graça,
Lá vê morrer os ideais mais belos,
Já sem a fantasia que os enlaça!

Mesmo, pois, com as ilusões desfeitas,
Mostra-lh' a sorte vidas mais perfeitas,
Depois do pesadelo das mãos frias...

Por um caminho débil lhe renasce
A esperança que o entrelace
Na Luz Primeira dos primeiros dias!

Modesto

quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

LUAR DE JANEIRO















Luar de Janeiro resplandecente,
espelhas-te sob o céu desbastado.
O teu fulgor, no coração que sente,
Lembra o berço e tempo passado!

No céu desnudo, globo prateado,
O teu reflexo vai suavemente
Beijar a flor de cálice orvalhado,
Reflecte-se no Douro mansamente!

E, com emoção, eu mais te amava
Quando, na serra, límpido brilhava
O teu disco de doce claridade!

Hoje longe - e não sou o primeiro -
Ao ver-te belo, luar de Janeiro,
Só me despertas 'inda mais saudade!

Modesto


sábado, 4 de janeiro de 2020

INVERNO FRIO



















Madrugada... Já é tarde na vida!
Os ventos gélidos lá do Suão
Arrastam os passos da dura lida
 E espalham saudades pelo chão.

As mãos roxas e nuas d' esperanças,
Luvas de lã pretas não aquecem
Do frio e trazem-me as lembranças
Doutrora que nem os ventos esquecem.

Com face rubra do gélido frio,
Reflicto n' água gelada do rio
E nas montanhas pra ele viradas.

Deus, escuta o meu triste apelo:
Não tardes em mandar-me o degelo,
Pra matar saudades enclausuradas.

Modesto

AO RITMO MONÓTOMO DA MÓ

 Pôs-se o sol. Já a Ísis, vestida De luz plena, estes montes prateia. E a ribeira que de água vai cheia, A embalar-me, abstrai-me da vida. P...