sábado, 29 de setembro de 2018

O BELO OUTONO






















Outono chega a dar pinceladas
Nos dias quentes, mas já coloridos!
Ficam mais amenas as madrugadas,
Amanhecer quieto sem ruídos!

Bem, as folhas caem amareladas,
Ramos a ficarem desprotegidos!
Há tapetes a cobrir as calçadas,
Os jardins e flores esmorecidos!

E novos tons adquirem as paisagens,
Retocam-s' as pinturas das imagens,
À espera do Inverno, chegando...

Geada branca a embelezar
O frio que põe tudo a arfar:
Deixa lagos e campos congelando!

Modesto

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

É OUTONO !...



















Trago forte sentimento no peito,
Pronúncio de frio - mas há calor!
Caem folhas formando doce leito,
Coração bate, temendo a dor!

Às vezes, corpos e almas se fundem
Em dança plena de amor-orgia!
Olhos ternos, inútil, se escondem
Convictos do adeus ao fim do dia!

O Outono prossegue na memória
E com quadros formados na história...
É Estação do renascer dos sonhos!

E há um bonito querer tamanho,
Capaz d' arriscar a vida d' antanho...
Mas termina em flácidos medonhos!

Modesto

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

LUA NOVA

















Ó lua, lua triste, amargurada,
Fantasma de escuridões vaporosas,
A tua luz escura ciliciada
Faz murchar e congelar flores e rosas!

E, nas floreadas searas ondolosas,
Cuja folhagem não brilha orvalhada,
Passam sombras de bruxas, sim, nervosas,
Pois não vêem múmia amortalhada.

Filtros dormentes dão aos lagos quietos,
Ao mar, ao campo... os sonhos mais secretos,
Que vão pelo ar notâmbulos, pairando...

Por isso, ó lua nova dos espaços,
Abre, ao menos para mim, os braços
Assim frios e trémulos, mas... amando!

Modesto

terça-feira, 11 de setembro de 2018

SONETO NA MADRUGADA
















Este silêncio faz-me entender
As palavras amarradas ao meu sonho,
Destino alheio ao frágil saber,
Luz qu' impede ver um futuro risonho.

E vou traçando versos na madrugada:
Pontos e vírgulas sujeitos da dor,
Rimas como 'scudo, - perco-me em nada!
'Screvo as palavras como sonhador.

Esgoto o verbo em ânsia d' alento
E vivo reputando o pensamento...
A luz derruba a noite no horizonte.

Por traz das nuvens, o sol escond' a crença,
Orvalhando o dia, faz-se presença,
Traz lucidez no calor da sua fonte.

Modesto

domingo, 9 de setembro de 2018

LUGARES DE EVASÃO



















No silêncio e paz da Natureza,
De todas as sensações eu me desligo.
Extasio-me apenas na beleza
Deste bonito mundo onde m' abrigo.

Mergulho no verde e ali me deito,
vivo o silêncio da madrugada,
Com a alma em evasão me deleito
 E sou um ser imenso, por não ser nada!

É neste bem-estar em quietude
Que, saudoso, lembro minha juventude,
Desde o primeiro lar ao mais antigo...

E é esta erva simples que brotou
Do nada, que eu quero,, pois nada sou...
Basta-me o ar que sorvo estar comigo!

Modesto

sábado, 8 de setembro de 2018

MENINA DOS OLHOS VERDES


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj_JznCeltS-1UAfNR6J9fhHiQjXL13Dul-s7Fubar3Q8fPvOHzNsY5T_ap_5kLnFPHp7DNb-WdKV_5mKN6NFiWh_DWEhDcsvIsudRCEBQ1-YGPS5ekBEVb5_i19o9cpgZQtbtKrYbnQJI/s1600/olho-verde-1.jpg

Menina dos olhos verdes
Por que me não vedes?
Eles verdes são,
E têm por usança
Na cor esperança
E nas obras não
Vossa condição
Não é de olhos verdes,
Porque me não vedes.
Isenção a molhos
Que eles dizem terdes,
Não são de olhos verdes,
Nem de verdes olhos.
Sirvo de geolhos,
E vós não me credes,
Porque me não vedes.

Havia de ser,
Por que possa vê-los,
Que uns olhos tão belos
Não se hão de esconder.
Mas fazeis-me crer
Que já não são verdes,
Porque me não vedes.

Verdes não o são
No que alcanço deles;
Verdes são aqueles
Que esperança dão.
Se na condição
Está serem verdes,
Por que me não vedes?

Por: T 'ADORO

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

OCULTO LADO DA ALMA

























Sonhos matinais
Bolas de cristais...
Surgem à beira dos rios,
Coloridos de tom azul,
Projectados nos olhos fitos
Nas aves que vêm do sul.
Até nossas vistas
Se lançam para o céu
Do amor aberto, distas
Das nuvens que vão ao léu
E revestidas de flores
Dum jardim que semeia amores
Num caminho de pisar a regra,
Que, em si mesmo, está quieta.

Sonhos de amor e saudade
No meio da bruma, agora.
Volta a claridade
E levanta a ave canora.
Enche-se de tinta o céu,
Na verde luz da aurora
Que traz brandura, estendendo o véu.

Modesto

AO RITMO MONÓTOMO DA MÓ

 Pôs-se o sol. Já a Ísis, vestida De luz plena, estes montes prateia. E a ribeira que de água vai cheia, A embalar-me, abstrai-me da vida. P...