terça-feira, 30 de junho de 2015

«QUEM É ESTE?»

«QUEM É ESTE?»

Se alguém quer honrar a Deus, que se prostre diante de seu Filho. Sem isso, o Pai não aceita ser adorado. Do alto do céu, o Pai fez ouvir as suas palavras: «Este é o meu filho muito amado, em quem pus as minhas complacências» (Mt 3,17). O Pai encontra a sua alegria no Filho. Se também tu não achares a tua alegria nele, não terás a vida. [...] Depois de ter reconhecido que há um só Deus, reconhece também o Filho único de Deus, crê «num só Senhor Jesus Cristo» (Credo). Dizemos «um só» porque só Ele é Filho, embora tenha muitos nomes. [...]

«Ele é chamado Cristo» (Mt 1,16), que quer dizer ungido, um Cristo que não recebeu a sua unção de mãos humanas, mas que foi ungido desde toda a eternidade pelo Pai, para exercer em favor dos homens o sacerdócio supremo. [...] É chamado «Filho do Homem», não porque tenha a sua origem na terra, como nós, mas porque há-de vir sobre as nuvens para julgar os vivos e os mortos (Mt 24,30). É chamado «Senhor», não abusivamente como os senhores humanos, mas porque o senhorio Lhe pertence por natureza desde toda a eternidade. É chamado, muito correctamente, «Jesus», que quer dizer «o Senhor salva» (Mt 1,21), pois Ele salva curando. É chamado «Filho», não porque uma adopção O tenha elevado a esse título, mas porque foi gerado segundo a sua natureza.

Há ainda muitas outras denominações do nosso Salvador. [...] No interesse de cada um, Cristo mostra-Se sob diversos aspectos. Para os que precisam de alegria, faz-Se «videira» (Jo 15,1), para os que precisam de entrar, é «a porta» (Jo 10,7); e, para os que querem apresentar as suas orações, aí está Ele, «Sumo Sacerdote» (Heb 7,26) e «Mediador» (1Tim 2,5). Para os pecadores, fez-Se também «cordeiro» (Act 8,32), para ser imolado por eles. Faz-se «tudo para todos» (1Cor 9,22), permanecendo Ele mesmo aquilo que é por natureza.


segunda-feira, 29 de junho de 2015

FESTA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO

Tu não receias vir a esta cidade de Roma, ó santo apóstolo Pedro![...] Não temes Roma, senhora do mundo, tu que em casa de Caifás tiveste medo diante da criada do sumo-sacerdote. O poder dos imperadores Cláudio e Nero é então menor que o julgamento de Pilatos ou o furor dos chefes dos judeus? É que a força do amor triunfou em ti sobre as razões do temor; não te pareceu que devias recear aqueles que recebeste a missão de amar. Recebeste essa caridade intrépida quando o amor que tinhas professado pelo Senhor foi fortalecido pela sua tripla pergunta (Jo 21,15ss). [...] E, para acrescentar a tua confiança, havia ainda os sinais de tantos milagres, o dom de tantos carismas, a experiência de tantas obras maravilhosas! [...] Assim, sem duvidar da fecundidade da tarefa nem ignorar o tempo que te faltava viver, trazias o troféu da cruz de Cristo a Roma onde, por divina predestinação, te esperavam a honra da autoridade e a glória do martírio.

A essa mesma cidade chegava São Paulo, apóstolo contigo, instrumento escolhido (Act 9,19) e mestre dos pagãos (1Tim 2,7), para estar contigo nesse tempo em que toda a inocência, toda a liberdade, todo o pudor eram já oprimidos sob o poder de Nero. Foi ele o primeiro que, na sua loucura, decretou uma perseguição geral e atroz contra os cristãos, como se a graça de Deus pudesse ser extinta com o massacre dos santos. [...] Mas «preciosa aos olhos do Senhor é a morte dos seus santos» (Sl 115,15). Nenhuma crueldade podia destruir a religião fundada pelo mistério da cruz de Cristo. A Igreja não foi diminuída mas acrescentada pelas perseguições; o campo do Senhor reveste-se sem cessar de uma seara mais rica quando os grãos, que ao cair estavam sós, renascem multiplicados (Jo 12,24).

Que descendência não deram, ao desenvolver-se, estas duas plantas divinamente semeadas! Milhares de santos mártires, imitando o triunfo destes dois apóstolos, coroaram esta cidade com um diadema de pedras preciosas que ninguém pode contar.




domingo, 28 de junho de 2015

DILACERA-ME ESTA VISÃO
























A lua, as estrelas... fugiram do céu.
São teus olhos que me mostram o mundo mágico.
Sinto o perfume do jardim qu' era meu,
Mas abandono-me à sorte dum nostálgico..

Nos meus olhos cintila a constelação.
Só tenho perguntas e nenhumas respostas.
E sinto saudades do que via então.
Nos meus olhos há nuvens de cortar às postas.

E a brisa fresca entra pelas janelas.
Debruço-me nelas, mas não vejo estrelas...
E só vivo dos sonhos de ver a paisagem.

Estes belos sonhos transportam-me à dor.
Como passarinho, vivo p'lo teu amor:
Ingénuo sonho de ver tua imagem.

Modesto

terça-feira, 23 de junho de 2015

ECOS DAS MONTANHAS















Uma voz rompe o barulho do vento,
Vem-me aos ouvidos das longas montanhas.
Seu eco romp' a nudez do pensamento
E liberta a dor das minhas entranhas.

E ouço da minha alma um lamento,
Como as canções que me soam estranhas.
Ficam memórias no esquecimento...
Aqueles ecos não são mais que artimanhas.

Atmosfera que me faz correr isento,
Faz-me sentir reflectidas suas sanhas
Em tons amarelecidos de momento.

Mas amainam-me estas dores tamanhas:
Fico em paz com as dores e intento
Absorver a quietude das montanhas.

Modesto

segunda-feira, 22 de junho de 2015

HOJE NÃO HÁ ESTRELAS

















Esta madrugada não vi estrelas
Aquelas que brilham nem as cadentes.
E hoje que queria tanto vê-las,
Com seu trémulo brilho tão silentes!...

Hoje só há nuvens estonteantes,
A lua cheia perdeu luzidio,
O vento faz uns ruídos constantes
Que acordam os ecos no vazio...

Hoje vejo sombras negras distantes,
Como meu pensamento fugidio,
E os pássaros cantam dissonantes!

Da minha alma ouço os murmúrios,
Fico em silêncio lancinante...
É uma manhã que só traz barulhos!...


Modesto


domingo, 21 de junho de 2015

A TRINDADE NA VIDA



















A vida é uma planta misteriosa,
Cheia de espinhos, negras amarguras.
Mas tem poesia, amor e uma rosa
E todos se abrem em belas flores puras.

A poesia é a flor da mocidade,
Quando a alma acorda estremecida.
O amor torna-se poema de verdade,
S' a rosa é perfume que tange a vida.

Voltai, meus sonhos de amor e saudade:
Trazei-me poesia, flor da mocidade
E o amor seja febre dos meus sentidos!

Quero ainda sentir arder-me o sangue,
Viver a ternura que no meu peito langue...
Trindade, acorda tempos adormecidos!

Modesto

sábado, 20 de junho de 2015

BELOS TEMPOS!

















Belos tempos da vida qu' eu amava!
Voltai! Trazei-m' o temp' abençoado!
Vinde doces lembranças do passado...
Quero reviver tud' o que amava!

Que feliz que eu fui! Como pensava
Na mãe, irmãos... tud' era sossegado!
Adormecer assim acalentado
Pela mãe que com amor me beijava!

Foi o destino: Que treva densa!
No peito, est' existência finda,
Agora, tudo parece doença...

Esta solidão na noite infinda!
Eu durmo como trovador sem crença...
Perdoa, Mãe: Eu amo-te ainda!

Modesto

quinta-feira, 18 de junho de 2015

ORAÇÃO COMUNITÁRIA














«Orai assim: Pai Nosso...»

Antes de tudo, Jesus, o Doutor e Senhor da unidade, não quis que a oração fosse individual e privada, de modo que ao rezar cada um pedisse só por si. Com efeito, não dizemos: «Pai meu que estás nos céus», nem «o pão meu». Cada um não pede que as suas dívidas lhe sejam descontadas, e não é só por si próprio que pede para não cair em tentação e ser livrado do mal. Para nós, a oração é pública e comunitária; e quando rezamos, não intercedemos por um só, mas por todo o povo; porque nós, todo o povo, somos um.

O Deus da paz e o Senhor da concórdia, que ensinou a unidade, quis que um só rezasse por todos, tal como Ele próprio carregou com todos os homens. Os três jovens hebreus presos na fornalha ardente observaram esta lei da oração (cf Dan 3,15); e, depois da ascensão do Senhor, os apóstolos e os discípulos rezavam deste modo: «perseveravam unidos na oração, com as mulheres, com Maria, Mãe de Jesus, e com os seus irmãos» (Act 1,14). Num só coração, perseveravam na oração; pelo seu fervor e pelo seu amor mútuo, testemunhavam que Deus, que faz com que os homens unânimes habitem numa mesma casa (cf Sl 67,7), só admite na sua morada eterna aqueles cuja oração traduz a união das almas.

 São Cipriano

quarta-feira, 17 de junho de 2015

COMO ENCONTRAR DEUS

















Deus é grandeza infinita, paz fecunda
Que frutifica o amor quando aflora.
Ele é tempo, espaço, luz que nos circunda,
É Misericórdia a toda a hora.

É vã a inteligência que se afunda
Em querer desvendá-Lo p'lo espaço fora.
Só se sente Deus num êxtase que inunda
A alma que tem fé: Ele a revigora.

E não procures Deus no teu raciocínio,
Mesmo qu' o Seu segredo 'steja no fascínio.
Ele paira acima de toda a razão!

Sim: Prossegue na faina das tuas jornadas
E procura-O no nascer das alvoradas,
Num espaço que te leve à perfeição.

Modesto

terça-feira, 16 de junho de 2015

ENVELHECER NÃO CUSTA NADA



















O meu passado tem sol e claridade
Que nas sombras do futuro resplandece.
O meu presente é feito de saudade
E, então, o meu caminho escurece.

Por isso, sinto cada vez mais saudade.
A recordação, às vezes, aparece
A reflorir de novo em mocidade...
Mas sinto que o coração envelhece.

Sei que foi sempre doce o meu passado:
Recolhi da vida o que me foi dado,
Hoje sei envelhecer tranquilamente.

Vai-se envelhecendo?... Não custa nada!
A estrela que brilhou na madrugada
É, agora, a estrela do poente!

Modesto

segunda-feira, 15 de junho de 2015

DESPRENDIDA OFERTA






















Daria a marca do meu pensamento,
Os campos, a verdura, a claridade
E os sinais visíveis do firmamento...
Pra que no mundo só houvesse verdade.

Daria dores anónimas, meu lento
desembarcar da antiga mocidade
Com os seus sonhos e seu descobrimento
Ao ouvir o sino de manhã e tarde.

Daria meu sono, meu olhar desperto
Prás colinas e fortalezas da vida,
Neblinas, abismos  e seus desvãos...

Daria rosas ao mundo mais aberto,
Traria trigo à gent' empobrecida
Com sonhos despejados nas minhas mãos.

Modesto



domingo, 14 de junho de 2015

A ROSA QUE EU QUERO

















A rosa que eu preciso
É flor nascida em mim.
Uma rosa com juízo,
Princípio, meio, fim.

E a rosa que eu quero
Não é rosa dos poetas.
É a rosa que anelo:
Dos loucos ou dos profetas.

A rosa que eu anseio
Não é a dos jardineiros.
É a rosa do passeio
Com paisagens dos romeiros.

Pois a rosa que é rosa
Tem olhos de passarinhos.
É uma rosa briosa
Que não precisa d' espinhos.

A rosa que me motiva.
Está nos meus reposteiros
E entre falas conspira
Em conlúios costumeiros.

Rosa qu' a vida desfruta
Não é a rosa-dos-ventos.
Quero rosa resoluta
Como a dos cata-ventos.

É essa rosa perdida
Nos abismos e desertos.
Como a vida vivida
Entranhada nos afectos.

Quero rosas de loucura
Qu' às vezes têm razão:
É a rosa que procura
o amor, mais que paixão.

Modesto


sábado, 13 de junho de 2015

ROSA PISADA

















Caiu o orvalho da madrugada,
Fez cair umas pétalas da rosa.
O sol tornou-a adiamantada
E sua pureza fez-la briosa.

A brisa fez cair outra, coitada!
Caiu na terra, enlameou-se,
Uma outra, no caminho, calcada,
Alguém passou, viu-a, pisou-a... foi-se!

Inadvertidos pés que a pisaram,
Vendo seu brilho, não se importaram...
É sensibilidade sem pureza!

As rosas encantam a vida dada
Pelo Criador, numa madrugada,
E mandou-nos cuidar da Natureza!...

Modesto


sexta-feira, 12 de junho de 2015

FESTA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

















Eis o coração que tanto amou os homens

Contempla, ó homem que foste salvo, Aquele que por ti foi pregado na cruz. [...] Levanta-te, tu que amas a Cristo, sê como a pomba «que faz o seu ninho no fundo da fresta» (Jer 48,28); aí, «como o passarinho que encontrou a sua morada» (Sl 83.4), vigiarás permanentemente, e como a toutinegra abrigarás os teus filhinhos e estenderás a boca para «beber água das fontes da salvação» (Is 12,3). Com efeito, essa é «a fonte que, brotando no meio do Éden, se divide em quatro braços» (Gn 2,10) e, derramada nos corações dos fiéis, irriga e fecunda a terra inteira. [...]


Corre, pois, até essa fonte de vida e de luz com um vivo desejo, sejas tu quem fores, e, no teu amor a Deus, grita-Lhe com toda a força do teu coração: «Ó beleza inefável do Altíssimo, esplendor puríssimo da luz eterna, vida que vivificas toda a vida, claridade que iluminas toda a luz e conservas em eterno fulgor os diversos astros que brilham diante do trono da tua divindade desde o início dos tempos! Ó torrente eterna e inacessível, límpida e suave, cuja fonte está escondida aos olhos de todos os mortais! A tua profundeza é sem fundo, a tua altura sem limites, a tua largura sem margens, a tua pureza sem qualquer mancha. É de Ti que emana "o rio que alegra a cidade de Deus" (Sl 45,5), [...] para que Te cantemos hinos de louvor, "em explosão de alegria e de acção de graças" (Sl 41,5), pois sabemos por experiência que "junto a Ti está a fonte da vida e na tua luz veremos a luz" (Sl 35,10).» 

quinta-feira, 11 de junho de 2015

UM VIVER POÉTICO
















Nascem poemas diversos...
Destino quis qu' acontecesse
Estrofes pra fazer versos
Em verso que acendessem.

A rima - regra primeira -
Por vezes troca sinónimos.
Mas, às vezes sai asneira
Prós meus leitores anónimos.

Mas vem a musa com véu
Tecendo raios d' estrelas,
Claros reflexos do céu
Que entram pelas janelas

Muitas vezes são miragens
Embrulhadas em delírios.
Trazem perfum' às paisagens,
Imensidade de lírios.

Depois fica o deserto
Que corta o coração.
Mas deixam algo concreto:
Flores na vegetação.

E vem o sopro da tarde,
O guardião do carinho.
Abre os olhos à verdade
Na visão do meu caminho.

Consinto arte na vida,
Sombra da minha raiz
Ou a paz que é devida
Pra viver sempre feliz.

Modesto




quarta-feira, 10 de junho de 2015

AS NOSSAS TREVAS

















Nas trevas, desenhamos esboços de luz
Para que nossa criação nos ilumine
E, na solidão, entrelaçamos a cruz,
Tacteamos, antes que a noite termine.

Abrimos os olhos, vemos com nitidez
Nosso brilho da alma na escuridão.
Tocamos, desamparados, nossa nudez...
Abrimos os olhos em clara ilusão!

E, cegos, não vemos a nossa salvação
Que Jesus nos deixou na Sua Paixão...
A ela fechamos os olhos novamente.

Libertar-nos de cegueira que nos conduz
Na imensa Natureza que nos aduz...
Mas... lá vivemos nas trevas constantemente!

Modesto

terça-feira, 9 de junho de 2015

AMOR NAMORADO

















Há sabor acre no pranto,
Amor sincero nas minhas
Mãos a escrever um canto
Com' é o das andorinhas.

Há amor de namorados,
Enlace de almas gémeas
Entre jardins perfumados
Com canteiros d' alfazemas.

Amores que vêm por bem,
Outros com destinos raros.
Bons, os que vêm d' além,
Como cânticos de ralos.

Amores desencontrados
Que não é amor amado.
São amores cadastrados...
Não é amor namorado.

Há o amor sem esforço
Que te deixa solitário.
Deixa fluir um esboço
De teu amor solidário!

Modesto

segunda-feira, 8 de junho de 2015

JÁ SOU PRESA DAS AUSÊNCIAS

























As grandezas dos meus sonhos são medidas
Sem caberem no 'spaço do universo.
Há enormes distâncias percorridas
Neste curtinho espaço do meu verso.

Fico horas com as letras estendidas
No papel e num pensamento imerso
A fazer comparações com outras vidas...
Mas encontro sempre um tempo adverso.

De grandes sonhos eu já estou liberto,
Porque o meu fim está longe ou perto
E eu, pobre de mim, estou sem socorro.

No meu mundo, quase sempre há deserto
O sonho do verso já anda disperso,
Apesar dos pensamentos que percorro.

Modesto

domingo, 7 de junho de 2015

"CORPO DE DEUS"

DIA DA CELEBRAÇÃO DO CORPO DE DEUS 

Hoje contemplámos Nosso Senhor Jesus Cristo no altar.
Hoje alimentámo-nos do carvão em fogo, à sombra do qual cantam os querubins.
Hoje ouvimos a voz forte e suave, que nos dizia:
Este corpo queima os espinhos dos pecados, ilumina as almas dos homens.
Este corpo foi tocado pela hemorroísa, que ficou livre da sua enfermidade.
Ao ver este corpo, a filha da cananeia ficou sarada.
A pecadora aproximou-se deste corpo com toda a alma e ficou liberta do lodo dos seus pecados.
Este corpo foi tocado por Tomé, que o reconheceu, exclamando: «Meu Senhor e meu Deus!»
Este corpo, grande e altíssimo, é o fundamento da nossa salvação.
Outrora, Aquele que é o Verbo e a Vida disse-nos:
«Este sangue foi derramado por vós, para remissão dos pecados».
Nós bebemos, bem-amados, o sangue santo e imortal.
Nós bebemos, bem-amados, o sangue que correu do lado do Senhor,
que sara todas as doenças, que liberta todas as almas.
Nós bebemos o sangue pelo qual fomos resgatados.
Fomos comprados e instruídos, fomos iluminados.
Reparei, irmãos, no corpo que comemos!
Reparai, filhos, no sangue que nos inebriou!
Reparai na aliança concluída com o nosso Deus, e receai corar no dia terrível, no dia do juízo (cf 1Cor 11,29).
Quem poderá glorificar o mistério da graça?
Fomos julgados dignos de participar do dom.
Perseveremos até ao fim, para O ouvirmos dizer, na sua voz feliz, na sua voz suave e santa:
«Vinde benditos de meu Pai, recebei em herança o Reino que está preparado para vós» (Mt 25,34). [...]
Bem-amados, celebramos as maravilhas do baptismo de Jesus (cf Mc 10,38),
A sua sagrada e vivificante ressurreição,
Pela qual foi dada a salvação ao mundo.
Todos esperamos a sua feliz realização,
Na graça e na benevolência de Nosso Senhor Jesus Cristo:
A Ele a glória, a honra e a adoração.






quarta-feira, 3 de junho de 2015

UM PASSEIO PELOS CAMPOS

















É Primavera. Os campos 'stão felizes.
Os pássaros cantam cheios de orvalho.
As flores cobrem os campos de matizes.
As aves chilreiam, pousadas no galho.

Tonificados com o odor da relva,
Passeamos p'los campos devagarinho.
Vemos cotovias cantando na selva,
Pardais apressados a fazer o ninho.

Este colorido dá-nos alegria.
Cada um de nós sente a nostalgia
Dos tempos de criança, naquel' encanto.

Vamos pelos campos sob o sol ardente,
Felizes de passear nest' ambiente...
Quase não conseguimos 'stancar o pranto.

Modesto

terça-feira, 2 de junho de 2015

ALMA, BUSCA-TE EM MIM



















Ó minha alma, procura-te em mim,
Pra mais facilment' encontrar o Amor.
Busca Deus em ti, encontra-O em mim,
Porqu', a tua imagem é a do Senhor!

Por amor criada formosa assim,
Para seres amada sem te perderes,
Ó minha alma, encontra-te em mim,
Porque a Deus figurada, tens poderes.

Procura-te no Meu Ser  e t' acharás
Dentro do teu peito, vive figurada
Em Deus e, ao ver-te n'Ele, folgarás,
Encontrando-te assim, tão bem pintada.

E, se por acaso, isso não souberes,
Muda de vida, procurando-te em ti.
Se Deus, em ti encontrado, O quiseres,
Segue-O porque Ele vive em ti.

Então busca-O em todo o momento,
Faz o qu' Ele manda: Está a chamar-te
E ficará sempre no teu pensamento!
Não O percas porque Ele quer amar-te!

Modesto

segunda-feira, 1 de junho de 2015

SER CRIANÇA


















Ser criança é o sol ao amanhecer,
Versos d' alegria que se soltam em mim,
A maravilha de voar... espairecer,
Fascinar como as flores do meu jardim.

Ser criança é ser beijo sorridente,
É o nascer duma flor no meu coração,
É um arco-íris que alegra a gente,
É brincar, correr, dançar... como um pião.

É sorriso de sol vestido de estrelas.
É o amanhecer ao abrir das janelas,
É dar a volta ao mundo em liberdade.

Ser criança é história d' aventura,
É o amor a renascer, vida futura...
É um poema pra ler em fraternidade.

Modesto

AO RITMO MONÓTOMO DA MÓ

 Pôs-se o sol. Já a Ísis, vestida De luz plena, estes montes prateia. E a ribeira que de água vai cheia, A embalar-me, abstrai-me da vida. P...