Eu vi meu rosto, num antigo espelho,
Porém, nele, jamais eu pude ver
A minha alma, com o seu viver...
Mas descobri que já estava velho.
E recordei o principal da vida,
Esta minha alma que trago, de começo,
Estava no meu corpo apodrecida
Por causa de um antigo meu tropeço,
E fiquei a chorar, pois não podia
Voltar ao berço límpido de outrora
Para recomeçar, com ousadia
E ter de novo o sol da minha aurora.
Qualquer humano rosto é a imagem
Da alma que no corpo sempre mora.
Nesse rosto, se vê a sua imagem
O seu espelho, que se vê por fora.