quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

FELIZ ANO NOVO



Dois mil e vinte está a terminar.
O ano que vem talvez seja melhor,
Pois este ano foi quase um horror
Feliz ano novo ´stamos a ´sperar.

E queremos entrar com o pé direito,
Pois perdas nós vamos recuperar.
Que abram as estradas pra se viajar,
Já que quem trabalha tem o seu direito

E sabe-se que tudo não é perfeito
A cada ano que passa não há jeito,
Menos tempo teremos para viver.

O que se pode é viver o presente,
Já que o tempo é um inconsequente
E não sabemos o que vai ocorrer.

Modesto

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

É NATAL


Em frente do Presépio, recolhido,
Ouço uma voz que vem do além...
Voz transmitida, agora num vagido,
Que se ouviu na Gruta de Belém.

Vejo a luz duma estrela que reluz
Na noite que mais bela aconteceu,
Troux' à terra a mais brilhante luz
Acesa no Farol que está no Céu.

Sendo humano, sinto-me divino,
Sobre a terra nasceu Deus-Menino:
O Divino fez-se Humanizado.

Agora todo o berço é sinal,
Agora qualquer alma tem Natal,
Traz em si o Carimbo Sagrado.

Modesto



 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

O SINO QUE EU OUÇO


 










Escuto pensativo a voz do sino
Que se espalha sonora na paisagem:
De longe me envia uma mensagem,
Mostrando a muita gente o seu destino.

E foi ele que contente celebrou
O meu branco e distante batizado,
Como um violino ate cantou
No meu feliz e belíssimo noivado.

É companheiro da vida desta gente
E sinaleiro de quem vai descontente,
Nos momentos de dor ou de alegria.

Quem fez o sino deve ser recordado,
Quem o toca alegra o povoado,
Já qu' é visto com amor e nostalgia.

Modesto

sábado, 5 de dezembro de 2020

O MEU CORAÇÃO


Às vezes tenho o coração na mão
Que não cabia já dentro do peito:
Foi quando 'scolhi alguém por meu irmão!
Assim meu coração ficou perfeito.

Assim, o meu coração ficou maior:
Era um cofre d' amor quase sagrado
Ou uma roseira que, na sua flor,
Oferecia sorriso perfumado.

Foi, durante muitos anos, escondido,
Esteve no meu peito o coração:
Recordava um rubi quase perdido,
Numa caverna de grande solidão.

Mas agora já saiu para a luz
E espalhou, em redor, o seu amor...
Destruiu numa alma a sua cruz:
Nela pôs alegria em vez de dor.

Modesto

 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

SONETO NA JANELA

Quis fazer um soneto na janela,
Por onde passa o sol como um sorriso...
Fui lançando na colorida tela
Os versos como luz dum paraíso.

E o meu int'rior tão carregado, 
Que de negro envolvia o coração,
Lentamente ficou aliviado
E findou toda a minha 'scuridão.

Bendita a luz do sol que meiga passa
E beija delicada a vidraça
E acaricia a madrugada...

Ao longo deste azul do firmamento
Que me faz esquecer o sofrimento,
Entra pla janela abençoada.

Modesto



 

AO RITMO MONÓTOMO DA MÓ

 Pôs-se o sol. Já a Ísis, vestida De luz plena, estes montes prateia. E a ribeira que de água vai cheia, A embalar-me, abstrai-me da vida. P...