Ouve-se a voz distante do ribeiro,
Saindo branca e clara da montanha...
Vai engrossando no desfiladeiro,
Pois leva dentro um coração fremente.
Nos açudes, a voz é de cristal,
É mais sonora, chega mais distante...
Nos ramos dos salgueiros, um pardal,
Tinha um cantar alegre e triunfante.
E o ribeiro caminha entre colinas,
Levando dentro a sua alma pura,
E há gritos com harpas nas campinas
Saudando esse ribeiro com doçura.
Ribeiro amigo, invejo a tua vida,
A tua vida alegre e festejada;
Talvez na foz, recordes a partida
Que na montanha foi imaculada.