Não digas nada, que eu também não digo.
Ando dentro de mim a procurar-me,
Pretendo finalmente encontrar-me
E não quero falar senão comigo.
Não tomes a minha ausência por castigo
Nem o meu silêncio por sinal de alarme:
As saudades, um dia, hão-de obrigar-me
A correr para ti, como um mendigo.
Desejoso de paz e de conforto,
Que ladrões vis deixaram quase morto
Sobre a lama dos córregos monteses.
De mim, desiludido, então verás
- Porque eu te chamarei - trazer-me a paz
E ajudar-me a vencer os meus reveses...