A Ti venho, Senhor, esperançado
Em receber a Tua doce calma:
Tenho o meu roseiral todo mudado
Neste espinheiro que me fere a alma.
Aceita, desde já, a minha vida
E faz nela, Senhor, Tua vontade:
Mas não Te esqueças que ela foi nascida
Da árvore de Adão, pai da maldade.
Como ele fui expulso do jardim
E agora vivo errante no deserto...
Sê bússola segura para mim,
A fim de descobrir o rumo certo.
Espero ver florir, neste canteiro,
Aquelas rosas cândidas de outrora,
Que darão um perfume verdadeiro,
O perfume que vem da eterna Aurora.
Aqui me tens, Senhor, firme e sereno,
Apesar desta humana condição:
Lavra e semeia este árido terreno
Que Te dará frutos no Verão.
Modesto
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