sexta-feira, 26 de novembro de 2021

SEMPRE MAIS

 Dez anos se passaram tão depressa!
Como o ninho feliz de uma criança,
O sonho que se fixa na lembrança
E toma a cor azul duma promessa.

Qu' o sonho é realidade, bem no expressa
Nossa alegre presença na aliança
Do hoje que semeia na esperança
Ao ontem que da ceifa já regressa.

A nossa festa lembra um Bom Natal:
Família que bem cumpre o ritual
De unir-se mais a Deus, na paz do lar,

Para voltar depois fortalecida
Ao campo do trabalho, decidida
A vitória maior inda alcançar...

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

AS ÁRVORES

 Do homem são a riqueza,
Filhas da mãe natureza,
Suas grandes protectoras;
Nas belas copas frondosas,
Ninho fazem, cuidadosas,
As aves encantadoras.

E quem sob elas se deita,
A sua sombra os deleita 
E assombra em singeleza;
São puros pulmões da terra,
Irmãs do campo, da serra,
Filhas da Mãe Natureza.

Dão-nos frutos saborosos,
Seus sucos deliciosos,
Em vigor, consoladoras;
Quais rainhas da floresta,
Nelas a vida faz festa
Suas grandes protectoras.

Sem árvores, não mais há vida!...
Que não gema a terra f'rida,
Sob as mãos destruidoras;
Nunca as crianças transmitam
A dor que em silêncio gritam
As árvores encantadoras.

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

MORRER DE SOL

Ó noite sem luar!
Donde vens? Aonde vais?
Não tentes, ao passar,
Nutrir-me de teus ais.
Não ouses nesta solidão
Verter a tua escuridão.

Passa, passa de largo,
Não me tornes amargo
O caminho em que vivo.
Nem me toques no sol; tenho-o cativo
E nele me regalo.
A ti nunca o darei
- Não sabes estimá-lo.

E, além disso, eu sei
Que o sol é o teu veneno.
Se ele surgir, não há galeno
Que te livre da morte.
Morrer de sol... Que triste sorte...

Modesto. 

AO RITMO MONÓTOMO DA MÓ

 Pôs-se o sol. Já a Ísis, vestida De luz plena, estes montes prateia. E a ribeira que de água vai cheia, A embalar-me, abstrai-me da vida. P...