terça-feira, 17 de julho de 2012

DIA DE FESTA NA ALDEIA


















De manhã bem cedo, a aldeia acordou,
Ao som dos morteiros que estoiram no ar,
Os músicos chegam a festa começou.
Aquece-se o forno, põe-se a carne a assar.
Cheiros apetitosos invadem os caminhos,
Repartem-se mimos pelos pobrezinhos.

Junta-se a família, chamam-se os amigos,
Matam-se saudades, do longe se faz perto...
Provam-se os petiscos com sabores antigos,
Cada lar é hoje mais que um céu aberto!
São horas da Missa, ninguém quer faltar,
Fatiota nova, vai-se comungar!

E no fim da tarde sai a Procissão
Com andores floridos até ao cruzeiro.
Lá vão os Santinhos, nossa devoção,
Parece que aos ombros vai o mundo inteiro!
Elevam-se preces ao nosso Santinho,
Nosso Padroeiro que é são Martinho.

Vai gente descalça pisando a calçada,
Cumprindo promessas, lembrando aflições.
Os anjinhos de asas e os da cruzada
Marcha bem certinhos ao som de orações!
Os músicos tocam com solenidade
E o Padre João transborda bondade!

Pela tarde adiante, pela noite fora,
A festa continua no Adro e na estrada.
Cantares e dançares, pedaços doutrora,
Alternam com ritmos pra rapaziada.
Bebe-se uma pinga, compra-se pão-leve
No leilão das prendas que o Santo teve!





Modesto

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