quarta-feira, 11 de julho de 2012

DEIXEM-ME SÓ!
























Ó querida solidão,
Faz com que não seja triste!
Como é bom o coração
Ter só do que não existe!

Não quero ouvir ninguém,
Nem insulto dum carinho!
'Screvo versos pra ninguém
Os ouvir pelo caminho!

Se há bem qu'o Céu conceda,
Me dê opressão do fado!
Cantarei pela vereda
Deserta... desanimado!

Sonho neste campo vasto,
Sozinho, sem perceber
Qu'o sossego é nefasto
A quem quer deixar correr!

Nesta 'strada de asfalto,
M'acompanha o torpor...
É 'spesso e fala alto
Do meu mal, da minha dor!

À noite, o sono desce,
A melhor ocasião:
A dor sonha e esquece,
Deix'em paz o coração!

Ah! Solidão que excede
O vazio que houver!
Ah! Alma que nada pede!
Corpo, sofr'o que vier!

Modesto

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