segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

MINHA CASA DA MONTANHA

Tem uma luz que gás nunca lhe falta
É como se nascesse lá nos céus,
Não deixa d'alumiar olhos meus,
Como névoa qu'a terra esmalta.
A casa é a que está mais alta,
Sobre a colina coberta com véus...
É o meu trono e eu só receio
Virar Marco Geodesico, feio.

E, nas colinas, eu vou procurando
Convencer a ir pra lá a minh'amada,
Com a herança que por Deus nos foi dada,
Quand'o Universo ia formando...
E cada dia ímos falando,
Que seria mulher afortunada...
E a beleza que Deus lá criou!
Mas ela a decisão não tomou.

Sei que pouca mais gente lá habita,
Por isso, maior era a noss'herança...
Mas ela encolhe os ombros e lança
A sentença que o seu pai lhe dita
E que neste poema não se cita,
Porque já não é de muita usança.
Mas eu não deixo d'influente ser
E ponho nisso tod'o meu poder.

Venci e levei a minh'escolhida!
D'essência o bálsamo lhe dei
E, lá, a minha casa perfumei,
Preparei a boda e bebida...
Pouco depois da criança nascida,
Com ela, em meus braços a tomei
E na colina de maior altura,
A mostrei aos céus pra que fosse pura.

O sol e a lua acharam graça.
Meus sogros uma casa edificavam.
Alegria que de lá projectavam,
Num poema como este não passa.
Era rica, nova, clara na traça
Como os engenheiros ensinavam!
Esta memória aqui vos trago,
Resumida, vera... um pouco vago...

A vida, lá, alegre e constante,
Vivíamos em pura natureza:
As paisagens eram uma beleza,
Nos problemas, sempre fomos avante,
Nosso rebanho era o bastante,
Do quintal tirávamos abasteza...
Convidávamos pra lá nossos pais,
Paz e harmonia são principais.

Modesto

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