terça-feira, 10 de janeiro de 2012

DESALENTO


















Fui prá aldeia com trabalho pra fazer
E fí-lo com bastante desenvoltura.
Voltei-me para trás pró trabalho ver,
Constatei que 'stava à minha altura.

O 'spírito não permite hesitação,
Mas o cansaço vai forçand'a vontade;
O instinto revolta-se da sujeição
De 'star dependente de necessidade.

O rosto receb'o reflexo da luta,
Alternando com diversas expressões,
Mostrand'o excesso de dor da labuta,
Assumind'os desalentos e exaustões.

Então, interroguei-me com comoção:
Recolherei os frutos deste terreno?
Cocei a fronte branca de sessentão,
Senti a passagem d'Outon' ao Inverno!

Modesto

1 comentário:

  1. Sessentão? Quem houvera de dizer!!! Na essência do amor que canta e encanta...dir-se-ia que está no auge da juventude dos sonhos; nos desalentos que aflora, parece pessoa dinâmica, forte e madura; no arrependimento de faltas confessas, encontra-se uma profunda ânsia redentora ainda muito longínqua; porém nada encontrei-ejá li todas as suas obras-sobre o frio da alma no fim do outono e prenúncios de um inverno à vista!!! O poeta não tem idade: é intemporal como a herança que nos deixa nos seus poemas!!!

    ResponderEliminar

VAI, PEREGRINO

Vai, peregrino do caminho santo, Faz da tua alma lâmpada de cego, Iluminando fundo sobre pego, As invisíveis emoções do pranto. Ei-lo, do Am...