terça-feira, 15 de maio de 2012

SONHO NA MONTANHA


















Caminhando pelas serras escuras
E sem visão pelas trevas impuras,
Levo a rosa vermelha na mão.
Ao longe, brilham teus olhos ardentes,
Ouço gritar teus lábios fermentes
Que lançam fogo no meu coração!

Tacteando os pés, com meu remorso,
Monto o corcel, de bruços, no dorso
E galopo nos vales através.
De repente descem as nuvens densas,
Nada vejo e tenho as mãos tensas...
E uma fada a puxar-m'os pés!

- Aonde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro, nas nuvens escuras,
Macilento como morto na tumba?
O que escutas na longa montanha
É o fantasma que te acompanha,
É clamor de vingança que retumba!

- Quem és tu e porquê este mistério?
Por ela, até venço um império,
Nesta noite assombrada sem luar!
Tenho um sonho que me dá 'sperança!
E tu vai-te embora e descansa,
Porque minha amada hei-de salvar!

Galopei entre as trevas impuras
E atravessei as nuvens escuras...
Lá no alto da montanha a vejo!
Vi uma fada com ela a lutar!
Lutei com ela para a desarmar...
E minha amada deu-me um beijo!

Modesto

Sem comentários:

Enviar um comentário

AO RITMO MONÓTOMO DA MÓ

 Pôs-se o sol. Já a Ísis, vestida De luz plena, estes montes prateia. E a ribeira que de água vai cheia, A embalar-me, abstrai-me da vida. P...