quinta-feira, 29 de setembro de 2016

O SOM DO ÓRGÃO



















Muitas vezes toquei, nos tempos idos,
Acalentando sonhos de ventura,
Dava-me gozo d' alma e sentidos
E a voz do órgão saía pura.

Hoje vejo os sonhos convertidos
Num acervo de pena, amargura,
Recalcando no peito meus gemidos,
Vou pla vida numa estrada 'scura.

E se tenho de tocar, como remédio,
As minhas mágoas ao sombrio tédio,
Lentamente a força me sufoca.

Os sons que tiro do órgão, agora,
Mais parecem soluços de quem chora
Que a doce toada de quem toca!

Modesto

Sem comentários:

Enviar um comentário

SONETO NOSTÁLGICO, DOCE E MELANCÓLICO

No silêncio doce da lembrança, Ecoa um tempo que não volta mais, Sussurros suaves, pura esperança, Em versos tristes, sonhos tão banais. Põe...