terça-feira, 28 de julho de 2015

SER



















Se não podes ser pinheiro
No alto duma colina,
Sê um arbusto rasteiro
Na escarpa da ravina.

Se não puderes ser planta,
Sê, se quiseres, um ramo.
A relva é verde e tanto
Boa pra corar o pano.

Sê passagem num caminho
Se não puderes ser 'strada.
Ou sê senda do carinho,
Afecto da tua amada.

Se não puderes ser o sol
Sê apenas uma 'strela.
À tarde, no arrebol
Abre-lh' a tua janela.

Não é o brilho que tens
Qu' é êxito ou fracasso.
É partilhando teus bens,
 dar aos outros o teu braço.

Modesto

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