quinta-feira, 3 de outubro de 2013

A VELHA SERRA



















A primeira vez que lhe vi a grandeza
Foi no tempo da já longe meninice.
Admirei-me qu' houvesse quem não sentisse
A alma sorrindo à serra ilesa!

Depois, na mocidade, olhando, disse:
Esta serra é a graça da beleza!
De dia luzente, à noite acesa,
Com sol e lua e bruma da velhice!

Distanciado d'escarpas e armanços,
Vejo ficar-lhe aos pés calmo abrigo
Das fúrias hostis e fundos barrancos.

Ao contemplá-la assim tristonha, digo:
És quas' igual aos meus cabelos brancos,
Ó velha serra, envelheces comigo!

Modesto

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