sábado, 6 de fevereiro de 2016

O MAR COMPADECIDO



















Eu, confuso, fui chorar as minhas penas
Ao velho mar e às ondas buliçosas,
Pensando que diria coisas pequenas:
As comuns mágoas e queixas amorosas.

E não mais acabavam as cantilenas
Que ecoavam nas praias arenosas...
As ondas ficaram imóveis, serenas,
Pra ouvir as minha coisas ansiosas.

E, acabada a narração de tudo
Qu' o mar nunc' ouvira, pôs-se carrancudo,
Meditando no que nunca tinh' ouvido.

Fazendo rolar as gemedoras águas,
Viu minhas fundas e dolorosas mágoas...
Pôs-se também a chorar, compadecido!

Modesto

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