sábado, 18 de janeiro de 2014

SAUDADES DO MEU PIANO

















Não sei bem o que senti:
O sofrer do ser humano?
Ou não será que ouvi
O gemido dum piano?!

Num canto envelhecido,
Mesmo junto à lareira...
Paro. Ouço o ruído.
Vou indo prá sua beira.

Dobro a dor no teclado,
É som que me faz sofrer!
Está tão desafinado...
Só toco pra reviver!

Tinha veludo vermelho,
Quando éramos amantes!
O veludo já 'stá velho...
Saem notas perturbantes!

Estas teclas são penosas,
Mas não as quero perder,
Nem as pétalas das rosas
Secas a esmorecer...

Piano, fiel amigo,
Enlevaste-m' em vão!
Eras amor e abrigo
Do meu pobre coração...

Sem perturbar a 'sperança,
'Inda 'stás ao meu dispor,
Tal como era em criança,
Belas canções vou compor.

Modesto


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Dentre um cortejo de harpas e alaúdes, Ó Arcanjo sereno, Arcanjo níveo, Baixas-Te à terra, ao mundanal convívio... Pois que a terra Te ajude...