quarta-feira, 30 de abril de 2014
AS NINFAS DO DOURO
Vão as águas nostálgicas do Douro,
Vão! E com elas, a velejar sobr' elas,
Distingo, 'inda longe, as claras velas
De um rabelo que parece um besouro.
Lá vai! Em águas planas, devagar vão...
Deixa para trás, rutilantes e belas,
As ondas que brilham à luz das estrelas...
Ouve-s' o canto das ninfas de Verão.
Ninguém sabe, só Deus: Nas águas do Douro,
Em noites de lua cheia e de ouro,
O barco baloiça... remoinho fundo,
Chegando, como o final de um sonho,
As belas Ninfas, com seu cariz risonho,
Puxam navegantes para outro mundo!
Modesto
A SERRA DA MINHA TERRA
Fui caminhando e, encantado, vi
Ao longe... distante, como cantareiras,
Por entre montes e vales eu segui,
Até à bela Serra de Montedeiras.
Bebi na fresca fonte que é constante.
Todo o qu' aqui bebe fica feliz,
Porque, enquanto bebe, sai de rompante,
Ágil, veloz, uma bonita perdiz.
Respirei ar puro, sorri par' a vida
E o horizonte mostrou seu vigor,
Deixando ver a paisagem mais querida.
Aqui, há grandeza, beleza, amor...
A terra é sagrada, a fonte dá vida,
Ganha-s' energia, garra e valor!
Modesto
terça-feira, 29 de abril de 2014
TENHO SAUDADES
Ainda tenho saudade
Da infância que tive:
Vivia em liberdade
E feliz sempre estive.
Às vezes tenho saudade
De tanta coisa que fiz:
Havia felicidade,
Nada do qu' hoje se diz.
E eu fui feliz em tudo,
Tud' era suavidade:
Havi' amor, sobretudo,
E dele tenho saudade.
Partir, tornou-se preciso...
Foi uma eternidade!
Deitei fora meu sorriso...
E dele tenho saudade!
Modesto
segunda-feira, 28 de abril de 2014
SUBI À MONTANHA
Subi à montanha
E vi uma Cruz
De graça tamanha,
Num raio de luz!
E, lá na montanha,
Encontrei Jesus.
Na minh´oração,
Pedi Seu Amor:
Deu-me Seu perdão
O Cristo Senhor.
E meu coração
Sentiu Seu ardor!
E, lá na montanha,
Vi tod´a beleza:
De graça tamanha
É a Natureza!
Na alta montanha,
Me senti leveza!
Subi à montanha,
Vi o horizonte...
Em graça tamanha
Havia uma fonte:
Pureza tamanha,
´Spelhou minha fronte!
Subi à montanha,
Lá vi uma cruz
De graça tamanha,
Num raio de Luz!
E, lá na montanha,
Falei com Jesus!
Modesto
quarta-feira, 16 de abril de 2014
PÁSCOA É LIBERTAÇÃO
Tira o ódio do coração!
Que nele rein' o Amor de Jesus:
É Páscoa, Amor, Ressurreição,
Brado de liberdade e de Luz!
É regeneração da Aliança!
Esquece as tuas próprias dores:
Já surge o toque da esperança
Na alma, p'lo perdão dos pecadores!
Partilha votos de renovação!
Deseja, entre os homens, Paz, Amor:..
Jesus morreu para nosso perdão!
Este é o tempo da libertação,
De cantar "Aleluia" ao Senhor...
Este é o dia da Ressurreição!
Modesto
terça-feira, 15 de abril de 2014
A NATUREZA EM FLOR
À Natureza acho tanta graça
Que lhe faço versos a seu pedido.
Rego-a para que em mim renasça
Inspiração que pensei ter perdido.
Nos campos floridos, não se disfarça,
Dá sempre à vida novo sentido.
Passo-lhe pelo meio sem ter graça,
Desfaço-me em lágrimas, ferido.
Às vezes, fico parado a pensar
Que meus versos fluem nos seus caminhos...
Fico extasiado a lamentar!
As flores afagam-me com cheirinhos,
Trazem-me tud' o que 'stou a 'sperar...
Belas melodias dos passarinhos!
Modesto
segunda-feira, 14 de abril de 2014
FLORES DE ABRIL
Há , no jardim, flores mil!
Lá, tenho meu coração.
Há lá flores de Abril,
Muitas estão em botão.
Há-as por todos os cantos!
Em Abril há lindas cores.
Como jardins são os campos,
Há lá as mais belas flores.
Em Abril vou par' o campo
Só pra ver as lindas flores.
Elas formam lindo manto
E lá brincam aos amores.
O céu tem cor de anil
E nos montes há mimosas.
Mas flores no mês d'Abril
São lindos cravos e rosas.
Tenho no meu coração
Flores que são mais de mil:
Cravos de estimação,
Liberdades de Abril!
Modesto
domingo, 13 de abril de 2014
CAMINHOS QUE PERCORREMOS
A Tua ternura grave
Ensinou-me a sofrer
Em silêncio suave,
Num dia ao entardecer...
Como pena duma ave
A pesar sobre o meu ser.
Na minha observação,
Da alta montanha via
O Amor do Coração
Que sorvo com alegria...
Sofreste com doação
E comoção me fazia.
Com a tarde eu 'scureço,
O dia chegou ao fim,
Na montanha anoiteço
E ouço chamar por mim...
És uma voz que conheço
E vens cuidar de mim.
Do Teu perdão eu preciso,
Prá vida ser um poema
Que me traga um sorriso:
Do Teu Amor seja tema...
Estribilha de serviço
Aos irmãos, nesta quaresma.
Modesto
sábado, 12 de abril de 2014
Ó ABRIL!
Agora, que é Abril, o sol aumenta,
Vai secando nos meus olhos o meu pranto,
O amor que te dedico não s' ausenta,
Seguindo caminhos próprios: Um 'spanto!
Dentro de mim, meu coração apresenta
Várias sugestões para um bom Encontro
Das Forças, como fonte qu' o dessedenta,
Na procura de um remédio pronto...
Agora, qu' é Abril, vão aparecer
Novas propostas que não são d'outros meses.
S´elas forem boas... Abril, não te 'scondas!
Vou declamar meus versos todas as vezes
Qu' o espírito d' Abril me fornecer
Liberdade briosa como as ondas!
Modesto
sexta-feira, 11 de abril de 2014
AMAR
Amar é viver sorrindo
Nos confins do pensamento
E, nesse horizonte lindo,
Ir-se ao sabor do vento.
Ser sabor da brisa ardente
Na presença da amada
E dar-se completamente,
Sempre... até à madrugada.
Continuar este amor,
Apaixonados, constantes.
E cada dia propor
Prá manhã, mais do que antes.
Enlaçar as suas vidas
Com almas e corações.
Degustar vidas sofridas...
Saborear atenções.
Modesto
quinta-feira, 10 de abril de 2014
O CANTO DOS GRILOS
À minha Terra regresso,
De cá já tenho fobia:
Dos ruídos do progresso,
Dos sons da monotonia.
Os ouvidos m´ensurdecem...
Ouço cantos d' alegria!
Recordações m´ emudecem,
Dum cantar qu' eu conhecia!
E foi tão bom eu ouvi-lo!
Com toda a simpatia,
Cantou para mim o grilo,
Seu gri-gri de alegria!
Com certeza orgulhoso,
Com sua voz me dizia:
Viver é maravilhoso,
Na Terra 'stá alegria!
Modesto
quarta-feira, 9 de abril de 2014
EU QUERIA
Queria fazer agora
O que um dia sonhei:
Partir pelo mundo fora
Descobrir a nova grei.
Outras formas de sorrir,
Encontrar novos odores
E formas de construir
Novo mundo, outras flores.
Pôr tudo mais perfumado,
Qu' o amor fosse profundo.
Não ver ninguém perturbado,
Ver altruísmo no mundo.
Modesto
terça-feira, 8 de abril de 2014
QUERO
Quero a vida em flor a que aspiro,
Tod' o aroma é perfeito, no fundo...
Quero viver, como ideal, retiro,
Longe da vã-glória que há no mundo.
Quero viver como aves delicadas,
Planando ao vento c'lorindo as penas,
Com meus sonhos em espirais elevadas,
Em nuvens suaves que toco apenas.
Quero meus dias a olhar p'la janela
Do castelo encantad' onde m'abrigo
Vendo paisagens do Douro, aguarelas...
E sonhos d' ouro vestidos d' etiquetas,
Tudo como era no tempo antigo,
Quando andava a caçar borboletas.
Modesto
segunda-feira, 7 de abril de 2014
ECOS DA ALMA
Aquele dia s' enfeitou d' alegria,
O sol, o céu, vieram prá nossa vida,
O vento trouxe cheiro a doçaria...
Inspiro perfume da flor colorida.
O teu vestido que se molhou na relva,
Os pés correram em direcção à paz,
Inspiração que nos chamou par'a selva...
Sei o que fazer,do que sou capaz.
Tudo posso, o infinit' é ali,
Passos firmes com sentido de certeza,
Sondo o horizonte 'spelhado aqui...
Por cima o azul, em baixo a beleza.
Sabia que nunca m' iria perder,
Pois tinha a certeza de te amar,
Às vezes, desespero pra te ver...
São voltas qu' o mundo insiste em dar.
O amor juntou-nos perto da janela,
Foi bem-vindo, veio, ficou à vontade...
Invadiu a minha casa uma 'strela,
Lá se instalou com a felicidade.
Modesto
domingo, 6 de abril de 2014
MADRUGADA
A madrugada passa silenciosa.
Lá fora, os pirilampos vão piscando,
Junto, uma delicada mariposa...
E vento - a sua chegada anunciando.
Com o farfalhar das folhas num bailado,
Entro num belo canteiro de jasmim,
Sint' o odor dum perfume carregado...
Vem das flores: rosas, cravos... um jardim.
A bela lua, no céu, é um presente,
Cumpriu sua tarefa, vai descansar.
O dia vai raiando... vem sorridente,
Tod' a Natureza 'stá a despertar.
Já à janela, fico a observar:
Animais nocturnos vão-se esconder.
Olho prá lua e fico a pensar:
Um poema ao dia posso 'screver.
Modesto
sábado, 5 de abril de 2014
LUA DOURADA
Ó lua que vagueias pelo céu,
Nas minhas longas noites peregrinas,
Vem, cobre-me com teu dourado véu,
Ilumina meus sonhos nas colinas!
Ó lua qu' iluminas o papel,
Onde desenho 'strelas pequeninas,
Faz transparente, doce como mel,
Meu amor que verseja nas campinas!
Ó lua, passas feliz sob o céu,
Cobre o meu amor com o teu véu,
Fá-lo imenso, que não tenha fim!
Não queres ver meu amor sem ninguém!
Tens que encontrar para mim alguém
Que venha 'star comigo no jardim!
Modesto
sexta-feira, 4 de abril de 2014
NO RIO DOURO
Havia sol e céu na correnteza,
Paus e pedras negras, ali havia,
Pingos chuviscando a Natureza,
A lua, ave branca lá corria.
As margens eram flores de pureza,
Havia canções de noite e dia,
Eram canções das Ninfas com certeza:
Uma fábula que agente ouvia.
Havia barcos com pipas de vinho,
Sulcando o rio devagarinho,
Com uma luta de remos renhida.
Havia canções e antiga dança,
Prata da noite em água mansa...
Poema dos mistérios da vida.
Modesto
quinta-feira, 3 de abril de 2014
NÃO SOMOS DESTE MUNDO
Na vida tudo passa e desaparece.
Tudo é destruído no tempo que passa.
Tudo aquilo que é bom também perece...
Nossa vida é um sopro sem... muita graça!
Sonho da juventude acaba, esquece
No coração onde o amor se enlaça,
Naquela idade, sempre vive e cresce...
Agora, tudo muda e.. reduz a graça!
A Natureza muda sua lei tão pura!
Passa o tempo, a fraqueza nos tortura!
Não vale a pena chorar nem ficar loucos...
A água do rio ao chegar ao mar,
Torna-se salgada: vai-se modificar,
Como a nossa vida: Muda-se aos poucos!
Modesto
quarta-feira, 2 de abril de 2014
FLOR BELA E TRISTE
Vi a bela flor, hoje, entristecia,
Pois, queria morar noutro jardim.
Tem cor sem viço, amarelecida,
Faz que meu coração doa, sem fim!
Um passarinho passa por aqui,
Beija-lh'as pétalas prá alegrar.
Mas ela quer outro jardim, já vi.
É claro que não quer neste morar!
Como é bela, dou-lhe liberdade
De ir morar num jardim de verdade,
Na condição: Pôr flores a brotar.
Vai pra um bom lugar que eu conheço
E dar-me-á as flores que eu mereço...
E... Belas flores começa a dar!
Modesto
terça-feira, 1 de abril de 2014
PERFUMA-ME NO TEU ARDOR
Encontrei-me na luz do teu olhar,
Nas tuas palavras vi teus sentidos.
A nossa paixão nasceu ao luar...
Converteu-se em sonhos não perdidos!
Dizes-me, nesta louca fantasia,
Serei verso da tua inspiração...
Quero ser êxtase de sintonia,
Nos traços da tua linda canção!
Serena-m' o reflexo da tu' alma,
Na brisa da noite que me traz calma...
Serei eco da tua melodia!
Guarda-me bem no teu lindo verso.
Não quero aparecer no reverso...
Serei amor na tua poesia!
Modesto
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HORA DAS TRINDADES
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