segunda-feira, 29 de julho de 2013

JUNTO À PEDRA DURA

























Na pedra bruta do tempo
Que me passou esquecido,
Fiz projecto no momento
De viver como garrido.
Percorro o longo tempo
De todo tempo perdido.

E, perdido, me encontro,
Sensível como quem sente.
Esqueço o reencontro
Pra entregar o presente,
Na pedra do meu encontro,
Como quem qu'ria ser gente.

Nos castelos de crepúsculos
Em colinas bem nubladas,
Como fósseis de moluscos,
Esperanças naufragadas,
Os meus desejos são fuscos
E minhas dores choradas.

Eu vivi entre dois rios,
Fui sentinela em colinas,
Mirante de lindos brios
Vistos entre as neblinas...
A brincar junto dos rios,
Senti ventos das matinas,
À procura dos Estios.

Modesto

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