
Todo o sonho desfeito tem gosto a nada,
Vem, em queda livre, toda a fé abalar.
É olhar frio duma manhã orvalhada,
Silêncio consentido a ecoar.
É um poema dum caso já do passado
Que ficou sem desfecho e não tinha rima.
Tinha o odor das farpas mal curado
E a garganta inflamada não termina.
Parece que nem o tempo a vai curar
Pois continu'a gastar mais qu'o necessário.
Imbuiu-se, de novo, num sonho no ar
Com a corrupção do valor d'outr'anuário.
E... havia um sonho, um sonho real:
Liberdade, Fraternidade, Igualdade!
Só que alguns viram facilidade tal
Que se encheram, 'squecendo a dignidade!
Um dia virá um tempo só de lembranças
Qu'afastará este horrível sonh'infantil.
O pior é que haverá poucas crianças
P'ráprender a história de crise tão vil!
Modesto
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