quinta-feira, 18 de maio de 2017
VIVER A ALEGRIA DAS AVES
A dor que já não me dói, agoniza.
Corrompeu a fundo todo meu eu!
Agora, meu coração ironiza
A dor que, como folha, se perdeu!
Já ouço, no murmúrio da noite,
O canto alegre da cotovia,
Aplacando na alma o açoite
Do vazio diurno que sentia.
Do amor que não me foge, eu sinto,
Como um azul dum céu de jacinto,
Que me invade, sacode e diz:
Abre-te à alegria e canta
Com gosto o soneto que encanta...
Faz como as aves! Serás feliz!
Modesto
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