
Tenho uma confissão a fazer
Às fadas e a ti:
Que o mundo quis-me receber,
Ficando com o melhor de mim!
Criança que nasceu ao luar,
Num sítio perdido em mim,
Sempre com sonhos, sempre com luzes,
De que queria ser diferente,

E, ao crescer comecei a sonhar
A sonhar contigo...
Sem imagem, sem vida, sem pintura:
Lá estavas tu!...
E a criança cresceu,
Romântica, apaixonada,
Por uma saga de Romeu e Julieta,
Desenhadas para mim,
Num lustro de marfim
E amor sem fim!...
Mas a vida quis mudar o meu caminho,
Destruir o trovador,
Colocar uma pedra no poeta
E perdê-lo pela vida.
E... um dia morri e voltei a morrer
Para renascer e ser diferente...
Perdi-me para me eternizar.
E o coração começou a pensar
Na verdade de um amor
E sonhou...
Que se pode ser trovador,
Numa vida de dor
de sagas escritas,
de sagas vividas,
Numa vida de procuras...
Andar pelos cantos do mundo,
Andar pelos sonhos do mundo
A declamar o meu sonho,
A declamar o sonho de Romeu
E fazê-lo teu e meu,
Meu e teu,
Nosso e vosso,
Vosso e nosso,
Até que as escritas perdidas,
Que vou colocando nas entrelinhas,
Possam escrever sagas sem fim,
No coração daquela que nasceu para mim!
Modesto
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