quinta-feira, 6 de setembro de 2012

BENDITA AURORA


















Aurora, hora cinzenta, áurea hora,
Momento de encontro com Deus.
Transborda sobra a Natureza
Um plasma Divino, cinzento,
Que preenche a cada momento,
Os seres, quais recipientes p'los céus.
Neste contraste entre escuridão e luz,
Em que se sente estar vivendo um sonho,
Posso saber aonde este sonho conduz.
Os homens erram ao pensar
Que o Sangue de Jesus se derramou
Um só dia sobre a Terra,
Pois ele se derrama em todas as auroras,
Sem alcançar, por hora,
Os homens despertar.
Que são os homens , senão somente nomes,
Que se dá a gotas de aurora
Isoladas e esquecidas, agora,
Da fonte comum que lhes deu vida?
Gotas são partes do Deus que se derrama,
Aprisionadas no tempo e no espaço.
Episódios deste Deus a quem se ama
E a quem se busca rastrear, pelo Seu passo.
Querer ser gota faz que inevitavelmente
despedacemos Deus.
Podemos vê-Lo, aos pedaços, pelas ruas,
Perplexo, perdido, a esmo,
Com saudades de Si mesmo,
Da Totalidade!
Senhor, esse plasma misterioso,
Prisioneiro da gota que sou,
Vem ao Teu encontro sempre, a cada aurora.
Sonha ser célula de um Ser Inteiro e Vivo, onde estou,
E não uma lágrima, entre mil, de um ser que chora!?

Modesto

Sem comentários:

Enviar um comentário

AO RITMO MONÓTOMO DA MÓ

 Pôs-se o sol. Já a Ísis, vestida De luz plena, estes montes prateia. E a ribeira que de água vai cheia, A embalar-me, abstrai-me da vida. P...