sexta-feira, 12 de abril de 2013
PASSAR A NOITE NO CAMPO
Ao terno suspirar do arrolo brando,
Quanto é belo o repouso em campo ameno!
Em noite de verão com vento brando,
Em noite em que o luar brilha sereno!
Acordo, em silêncio, em alta noite,
Em volta jaz a terra adormecida;
Versejo um minuto à lua, à noite
E torno a dormir... Que bela vida!
Se ouço o piar duma ave nocturna
Solta-se a ela mesma um doce canto,
Lanço um olhar à lua taciturna
E torno a dormir sob o seu manto.
Não há vida melhor nem mais sublime!
Não a troco por outra, ainda que bela.
Não há nada no mundo mais firme
Que o homem a contemplar a sua estrela.
É belo o despertar e, por agora,
Suavemente as pálpebras se erguendo
Dir-se-ia a serena e branda aurora,
Que vai rubra madeixa desprendendo..
Sento-me abrindo os olhos com toda a calma,
Lançando a mão direita, agarro a lira,
Preludio um canto, um canto d'alma
E meu doce coração terno suspira.
Erguendo-me sacudo as vestes e a lira
Componho o vestuário com asseio,
E, cuidadosamente, segurando a lira,
Vou dar pelo campo almo passeio.
Procuro, depois, uma serrana
E teço uma endecha, após um beijo,
Que é com beijos qu'o vale se aplana,
Embora à face ardente assome o pejo.
Não há vida melhor, por certo, tão firme!
Não a troco por outra, ainda que bela;
Não há nada no mundo mais sublime
Que amar-se uma rústica donzela.
Modesto
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