quinta-feira, 6 de outubro de 2011

UMA NOITE NA ALDEIA

Que noite maravilhosa
Eu passei na minh'aldeia:
Rumor d'água saborosa
A cair pela ladeira!

E vi o fulgor dos astros,
Brilhantes constelações...
Cedros altos como mastros,
Escondem povoações.

Que belo cantar do grilo
A cortejar su'amada,
Cantando ao seu estilo,
Entre a erva acamada.

Sopra a ligeira brisa,
Na noite escurecida...
A lua na serr'avisa
Que não 'stá adormecida.

Trino das aves relaxa
A alma de quem observa
A rã qu'ao longe coaxa
E a lebre a pastar a erva.

O céu está tão brilhante,
Pejado de estrelinhas!
Ouve-s'o mocho cantante,
Cacarejam as galinhas.

Sente-se aroma das flores,
Cheiro da terra regada.
Já descansam lavradores
Pra uma nova jornada.

A noite me recordou
A pura suavidade
Qu'em pequeno me brindou
E qu'inda tenho saudade!

Modesto

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