terça-feira, 22 de março de 2016
POEMA DA SEMANA SANTA
Jesus Cristo quis ser homem humilhado.
Morreu para salvar a humanidade.
Saboreou o que é ser desprezado.
Surpreendeu com a Sua humildade.
Nas emoções, tinha sempre segurança.
Seu coração tinha sensibilidade.
Juntou os homens numa só aliança,
Permitindo-lhes viver em liberdade.
Na terra, ninguém foi tão atraiçoado,
Ninguém permitiu tanta humilhação.
Na vida nada Lh' era inabalado,
Até na hora da crucificação.
Transparecia muita simplicidade,
Mesmo com a grandeza do Seu poder.
Mostrou, assim, a Sua humildade,
Rei! E ao mais baixo degrau quis descer!
Jamais veremos maior prova de amor:
Alguém que se deixasse morrer na cruz!
Só Ele, que é o Mestre e Senhor,
Só Ele, que nos salva - Cristo Jesus!
Modesto
segunda-feira, 21 de março de 2016
SUBAMOS COM JESUS AO MONTE DAS OLIVEIRAS
Vinde, subamos juntos ao Monte das Oliveiras; vamos ao encontro de Cristo. Ele
vem hoje de Betânia e avança de livre vontade para a sua santa e
bem-aventurada Paixão, a fim de levar a termo o mistério da nossa
salvação. Vem, pois, a caminho de Jerusalém, Aquele que desceu do Céu por
nós, quando jazíamos nas profundezas, a fim de nos elevar com Ele, como
dizem as Escrituras,«acima de todas as potestades e de todos os seres que nos
dominam, seja qual for o seu nome» (Ef 1,21). Mas vem sem ostentação e sem
fausto. Porque, como diz o profeta, «Ele não protestará, não gritará,
não fará ouvir a sua voz» (Is 42,2). Será manso e humilde, fará a sua
entrada sem alarde.
Vamos, corramos para Aquele que Se apressa para a sua Paixão; imitemos aqueles que correram à sua frente. Não para estender sobre o caminho, como eles fizeram, ramos de oliveira, vestes ou palmas. Nós próprios é que nos devemos inclinar diante dele, tanto quanto pudermos, por humildade de coração e rectidão de espírito, a fim de acolhermos o Verbo que vem (Jo 1,9), a fim de que Deus encontre lugar em nós, Ele que nada pode conter.
Porque Ele Se alegra por Se mostrar assim, em toda a sua mansidão, Ele que é manso, «Ele que se eleva acima do sol posto» (Is 14,14), quer dizer, acima da nossa condição degradada. Pois veio para ser o nosso companheiro, para nos elevar e reconduzir a Si pela palavra que nos une a Deus.
Vamos, corramos para Aquele que Se apressa para a sua Paixão; imitemos aqueles que correram à sua frente. Não para estender sobre o caminho, como eles fizeram, ramos de oliveira, vestes ou palmas. Nós próprios é que nos devemos inclinar diante dele, tanto quanto pudermos, por humildade de coração e rectidão de espírito, a fim de acolhermos o Verbo que vem (Jo 1,9), a fim de que Deus encontre lugar em nós, Ele que nada pode conter.
Porque Ele Se alegra por Se mostrar assim, em toda a sua mansidão, Ele que é manso, «Ele que se eleva acima do sol posto» (Is 14,14), quer dizer, acima da nossa condição degradada. Pois veio para ser o nosso companheiro, para nos elevar e reconduzir a Si pela palavra que nos une a Deus.
domingo, 20 de março de 2016
AMOR DE PRIMAVERA
Haverei de encontrar por onde for,
Por entre o arvoredo algum ninho.
Vou já inalar o perfume da flor
Nascida nalgum canteiro de carinho.
Amarei com ternura e com jeitinho
O nascer do sol na aurora-rubor
E encontrarei, à beira do caminho,
O nascer da Primavera já em flor.
Serei o sonho desse amor nascido
No destino de um lírio caído
Por um cântico de gozo com motivo.
É a Primavera que suplic' amor!
Procura nos campos uma bela flor
Pra fazer o seu amor ficar cativo.
Modesto
sábado, 19 de março de 2016
SONETO DE ALENTO
Sinto no meu peito uma emoção
E carrego-a com contentamento.
Crio minh' inspirada ilusão
E faço uns sonetos de alento.
São só ideias de um pensamento
Junto aos desejos do coração
e transformo a vida do momento,
Quando me chega a voz da razão.
Assim vou escrevendo os meus versos,
Rimas contadas em sonhos dispersos,
Dando-os a quem os ler... eu consinto.
O que escrevo é pra sempre, puro.
Vou escrevendo temas que procuro
Que vão d' encontro àquilo que sinto.
Modesto
sexta-feira, 18 de março de 2016
SÓ O AMOR É CONSTANTE
Nasce o sol, não dura mais que um dia,
Depois da luz, segue-se a noite escura
E quando há tristeza, vem alegria...
Na triste sombra morre a formosura.
Se acaba o sol, pra que nasceria?
Se há tão formosa luz, porque não dura?
Só é bom o amor e a poesia...
E até a beleza se transfigura!
No sol, à luz não falta firmeza,
Na alegria, não se sente a tristeza...
Mas na formosura, não se vê constância.
Temos, em qualquer dos bens, a Natureza,
A não ser que o mundo seja ignorância
E a sua firmeza seja inconstância!
Modesto
quarta-feira, 16 de março de 2016
ANÚNCIO DE PRIMAVERA
A manhã está com luz trancada.
Fios de luz furam as nuvens brancas.
Os pássaros cantam canções sonhadas.
Passam na rua meninas trançadas
Lá longe, há uma aberta de azul
Que nos faz ver não ser dia cinzento.
Bandos de pássaro chegam do sul,
Com a Primavera no pensamento.
Faz-nos lembrar os tempos de criança
Ao começar um novo amanhecer,
Que nos trazia nova esperança.
Deixávamos tudo acontecer
Nas manhãs de sonho d´alvorecer,
Como um arco-íris, flor da infância.
Modesto
terça-feira, 15 de março de 2016
A TUA ALMA EM FLOR
Trouxeste-me amor quente no Inverno
Como uma canção tangida p'lo vento,
Soava ao meu coração com' eterno,
Como som de flauta no meu pensamento.
Agora, a brisa da tarde me dera
Uma canção de beijinhos ao relento,
Trazem consigo flores de Primavera
E feitiço de amor à flor do tempo.
Cantas-me uma canção tão docemente,
Trazes-me um ramo de floras de presente
Que eu, pensando, preciso perceber.
Basta o amor que me destes na vida
Que traduz a tua alma resumida
Na alma duma flor ao amanhecer.
Modesto
segunda-feira, 14 de março de 2016
JESUS, LUZ DO MUNDO
«Eu
sou a luz do mundo»
Quando Tu, Senhor Jesus, me conduzes à
luz, e encontro a Deus graças a Ti, ou recebo de Ti o Pai, torno-me teu
co-herdeiro (Rom 8,17), pois não Te envergonhaste de me ter por irmão (Heb
2,11). Acabemos portanto com o esquecimento da verdade, acabemos com a
ignorância; e, tendo-se dissipado as trevas que nos envolvem como uma nuvem
diante dos olhos, contemplemos o verdadeiro Deus, proclamando: «Salve, luz
verdadeira»!».
A luz elevou-se, pois, sobre nós que estávamos mergulhados nas trevas e encerrados na sombra da morte (Lc 1,79), luz mais pura que o sol, e mais bela que esta vida cá de baixo. Esta luz é a vida eterna, e todos os que nela participam estão vivos. A noite evita a luz e, escondendo-se com medo, cede lugar ao dia do Senhor. A luz que não pode ser extinta espalhou-se por toda a Terra e o Ocidente juntou-se ao Oriente. É isto que significa a «nova criação». Com efeito, o sol da justiça (Mal 3,20), que ilumina todas as coisas, resplandece sobre toda a espécie humana, a exemplo de seu Pai, que faz nascer o sol sobre todos os homens (Mt 5,45) e os asperge com o orvalho da verdade.
A luz elevou-se, pois, sobre nós que estávamos mergulhados nas trevas e encerrados na sombra da morte (Lc 1,79), luz mais pura que o sol, e mais bela que esta vida cá de baixo. Esta luz é a vida eterna, e todos os que nela participam estão vivos. A noite evita a luz e, escondendo-se com medo, cede lugar ao dia do Senhor. A luz que não pode ser extinta espalhou-se por toda a Terra e o Ocidente juntou-se ao Oriente. É isto que significa a «nova criação». Com efeito, o sol da justiça (Mal 3,20), que ilumina todas as coisas, resplandece sobre toda a espécie humana, a exemplo de seu Pai, que faz nascer o sol sobre todos os homens (Mt 5,45) e os asperge com o orvalho da verdade.
S.CLEMENTE
domingo, 13 de março de 2016
TEMOS UM DEUS QUE NOS AMA
Temos um Deus que ama e cujo amor nos desafia a ultrapassar as nossas escravidões para chegar à vida nova, à ressurreição.
Um Deus libertador, que acompanha com solicitude e nos convida a tomar a caminhada do seu Povo para a liberdade. Esse "caminho" é o paradigma dessa outra libertação que Deus nos convida a fazer neste tempo de Quaresma e que nos levará à Terra Prometida onde corre a vida nova.
Deus faz-nos um desafio para nos libertar do "lixo" que impede a descoberta do fundamental: a comunhão com Cristo, a identificação com Cristo, princípio da nossa ressurreição.
Na perspectiva de Deus, não são o castigo e a intolerância que resolvem o problema do mal e do pecado; só o Amor e a Misericórdia geram activamente vida e fazem nascer o homem novo. É esta lógica - a lógica de Deus - que somos convidados a assumir na nossa relação com os irmãos.
sábado, 12 de março de 2016
À ESPERA DA PRIMAVERA
A Primavera espera-se, mais nada .
Eu esperei por ela a vida inteira,
Até que rompeu o raiar da alvorada,
Ficaram águas remansosas na ribeira.
Espero a Primavera - hei-la chegada!
E ela chegará já neste amanhã
Quando soarem os clarins da madrugada
Aos ouvidos do íntimo - sons da manhã.
Estes são os sonhos meus, surdos, nada mais!
À espera, vou olhando o horizonte
A ver quando o amor desponta para sempre.
Sonho neste amor nas brisas sazonais,
Quero ver a Primavera nascer no monte,
Mas desponte com o amor eternamente!
Modesto
terça-feira, 8 de março de 2016
FASCINAÇÃO
Tudo me fascina, Natureza, ao ver
O sol que queima, a chuva que te recria,
Alegre passarada ao amanhecer
E a bela despedida do fim do dia!
Fascina-me o solo que me viu nascer,
As árvores contam histórias de mim,
Com as flores em cada ramo a crescer...
Óh! Minha linda terra, tu és um jardim!
Estás tão entranhada na minha alma
Que renovar, por ti, o amor, me dás calma...
Sou parte de ti que me dás felicidade!
Onde quer que esteja, é em ti que 'stou.
O belo ribeiro ao Douro me levou
E suas águas cantam a minha saudade!
Modesto
segunda-feira, 7 de março de 2016
SANDE DA BEIRA DOURO
Vivo num lugar distante,
Com minh' alma desolada,
Sinto saudade constante
Daquela terra amada.
Tenho paixão afinada,
P'la terra em que nasci.
É saudade apertada
Do Douro onde vivi.
Minha alma tem saudade
Da criança venturosa
E das flores do jardim.
Por tod' a eternidade,
Minha terra saudosa
Fica 'sperando por mim.
Modesto
domingo, 6 de março de 2016
DA PARÁBOLA DO PAI MISERICORCIOSO
«Vós conheceis à distância o meu próprio pensar. Estais atento a todos os
meus passos» (Sl 138, 2-3). Enquanto sou viajante, antes da minha chegada à
pátria, compreendeste o meu pensamento. Pensai no filho mais novo, que partiu
para longe. […] O mais velho não partiu para longe, trabalhava nos campos,
simbolizando os santos que, respeitando a Lei, observavam as práticas e os
preceitos da Lei.
Mas o género humano, que se tinha desviado para o culto dos ídolos, tinha «partido para longe». Com efeito, nada está tão longe daquele que te criou como essa imagem que modelaste para ti. O filho mais novo partiu, pois, para uma região distante, levando consigo a sua parte da herança e, segundo nos diz o Evangelho, esbanjou-a. […] Mas, após tantas infelicidades e tanto abatimento, depois das provas e do desenlace, recordou-se do pai e quis regressar para junto dele. Disse então: «Levantar-me-ei e irei ter com meu pai.» […] Não é verdade que Aquele que abandonei está em toda a parte? É por isso que, no Evangelho, o Senhor nos diz que o pai «foi ter com ele». É que Ele conheceu à distância o seu pensar, pois estava atento a todos os seus passos. Que passos são esses, senão os maus caminhos que ele tinha seguido para abandonar o pai, como se pudesse esconder-se do seu olhar que chamava por ele, ou como se a miséria esmagadora que o reduzira a ser guardador de porcos não fosse o castigo que o pai lhe infligira, a fim de o levar a regressar? […]
Deus ataca as nossas paixões, para onde quer que vamos, por muito longe que nos encontremos. É por isso que, qual fugitivo detido, o filho diz: «Vós conheceis à distância o meu próprio pensar. Estais atento a todos os meus passos.» Os meus passos, por longe que me levassem, não puderam afastar-me do teu olhar. Tinha andado muito, mas Tu estavas aonde cheguei. Mesmo antes de eu lá entrar, mesmo antes de eu ter começado a andar, já Tu me tinhas visto. E permitiste que seguisse os meus caminhos na dor, para que, se não quisesse continuar a sofrer, regressasse a Ti. […] Confesso a minha culpa diante de Ti: segui o meu próprio pensar, afastei-me de Ti; abandonei-Te, a Ti, junto de quem estava tão bem; e, para meu bem, sofri por me encontrar sem Ti. Porque, se não tivesse sofrido sem Ti, talvez não tivesse querido regressar a Ti.
Mas o género humano, que se tinha desviado para o culto dos ídolos, tinha «partido para longe». Com efeito, nada está tão longe daquele que te criou como essa imagem que modelaste para ti. O filho mais novo partiu, pois, para uma região distante, levando consigo a sua parte da herança e, segundo nos diz o Evangelho, esbanjou-a. […] Mas, após tantas infelicidades e tanto abatimento, depois das provas e do desenlace, recordou-se do pai e quis regressar para junto dele. Disse então: «Levantar-me-ei e irei ter com meu pai.» […] Não é verdade que Aquele que abandonei está em toda a parte? É por isso que, no Evangelho, o Senhor nos diz que o pai «foi ter com ele». É que Ele conheceu à distância o seu pensar, pois estava atento a todos os seus passos. Que passos são esses, senão os maus caminhos que ele tinha seguido para abandonar o pai, como se pudesse esconder-se do seu olhar que chamava por ele, ou como se a miséria esmagadora que o reduzira a ser guardador de porcos não fosse o castigo que o pai lhe infligira, a fim de o levar a regressar? […]
Deus ataca as nossas paixões, para onde quer que vamos, por muito longe que nos encontremos. É por isso que, qual fugitivo detido, o filho diz: «Vós conheceis à distância o meu próprio pensar. Estais atento a todos os meus passos.» Os meus passos, por longe que me levassem, não puderam afastar-me do teu olhar. Tinha andado muito, mas Tu estavas aonde cheguei. Mesmo antes de eu lá entrar, mesmo antes de eu ter começado a andar, já Tu me tinhas visto. E permitiste que seguisse os meus caminhos na dor, para que, se não quisesse continuar a sofrer, regressasse a Ti. […] Confesso a minha culpa diante de Ti: segui o meu próprio pensar, afastei-me de Ti; abandonei-Te, a Ti, junto de quem estava tão bem; e, para meu bem, sofri por me encontrar sem Ti. Porque, se não tivesse sofrido sem Ti, talvez não tivesse querido regressar a Ti.
S. AGOSTINHO
sábado, 5 de março de 2016
RECORDAÇÕES COM SAUDADES
Sinto saudades do tempo que vivi
No amanhecer do tempo de sonhar.
Quebrou-se o sonho mas não o perdi
Porqu' ainda tenho tempo pra amar.
Tenho saudades de quando percebi
Que pra ser feliz é preciso chorar,
Saudades do amor que então senti,
Quando a paixão me fazia 'sperar.
Agora que já vivo num bom inverno,
Talvez o amor seja 'inda mais terno
Do que foi aquele tempo de saudade.
Hoje, gosto de pôr rosas no jardim,
Sabendo qu' há alguém qu' espera por mim
Como luz que conduz à felicidade.
Modesto
sexta-feira, 4 de março de 2016
AMAI-VOS COMO IRMÃOS
«Não
há outro mandamento maior»
Entre os principais aspectos do mundo
actual, conta-se a multiplicação das relações entre os homens, cujo
desenvolvimento é muito favorecido pelos progressos técnicos hodiernos.
Todavia, o diálogo fraterno entre os homens não se realiza ao nível destes
progressos, mas ao nível mais profundo da comunidade das pessoas, a qual exige
o mútuo respeito da sua plena dignidade espiritual. A revelação cristã favorece
poderosamente esta comunhão entre as pessoas, ao mesmo tempo que nos leva a uma
compreensão mais profunda das leis da vida social que o Criador inscreveu na
natureza espiritual e moral do homem. [...]
Deus, que de todos nós cuida com solicitude paternal, quis que os homens formassem uma só família e se tratassem uns aos outros como irmãos. Criados todos à imagem e semelhança daquele Deus que «fez a partir de um só homem todo o género humano, para habitar em toda a face da terra» (Act 17, 26), todos são chamados a um só e mesmo fim, que é o próprio Deus. É por isso que o amor de Deus e do próximo é o primeiro e o maior de todos os mandamentos. Mas a Sagrada Escritura ensina-nos que o amor de Deus não se pode separar do amor do próximo: «Todos os outros mandamentos resumem-se nestas palavras: "Amarás o próximo como a ti mesmo". [...] A caridade é, pois, o pleno cumprimento da lei» (Rom 13, 9-10; cf 1Jo 4, 20). Isto revela-se como sendo da maior importância, hoje que os homens se tornam cada dia mais dependentes uns dos outros e o mundo se unifica cada vez mais.
Mais ainda: quando o Senhor Jesus pede ao Pai «que todos sejam um [...] como Nós somos um» (Jo 17, 21ss.), sugere - abrindo perspectivas inacessíveis à razão humana - que há uma certa analogia entre a união das pessoas divinas e a união dos filhos de Deus na verdade e na caridade. Esta analogia torna manifesto que o homem, única criatura da Terra a ser querida por Deus por si mesma, não se pode encontrar plenamente a não ser no sincero dom de si mesmo.
Deus, que de todos nós cuida com solicitude paternal, quis que os homens formassem uma só família e se tratassem uns aos outros como irmãos. Criados todos à imagem e semelhança daquele Deus que «fez a partir de um só homem todo o género humano, para habitar em toda a face da terra» (Act 17, 26), todos são chamados a um só e mesmo fim, que é o próprio Deus. É por isso que o amor de Deus e do próximo é o primeiro e o maior de todos os mandamentos. Mas a Sagrada Escritura ensina-nos que o amor de Deus não se pode separar do amor do próximo: «Todos os outros mandamentos resumem-se nestas palavras: "Amarás o próximo como a ti mesmo". [...] A caridade é, pois, o pleno cumprimento da lei» (Rom 13, 9-10; cf 1Jo 4, 20). Isto revela-se como sendo da maior importância, hoje que os homens se tornam cada dia mais dependentes uns dos outros e o mundo se unifica cada vez mais.
Mais ainda: quando o Senhor Jesus pede ao Pai «que todos sejam um [...] como Nós somos um» (Jo 17, 21ss.), sugere - abrindo perspectivas inacessíveis à razão humana - que há uma certa analogia entre a união das pessoas divinas e a união dos filhos de Deus na verdade e na caridade. Esta analogia torna manifesto que o homem, única criatura da Terra a ser querida por Deus por si mesma, não se pode encontrar plenamente a não ser no sincero dom de si mesmo.
(Gaudium et Spes)
quinta-feira, 3 de março de 2016
AO ENTARDECER
Do alto do céu, o sol foi descendo,
Mesmo ao longe, ele brilha tanto!
Mas, por fim, tudo vai escurecendo,
Durante o dia deixou seu encanto!
No arrebol, ainda a brilhar
No campo, no mar ou na serrania,
No horizonte onde vai baixar...
Tanta beleza que dá alegria!
Belo, solene... no entardecer,
Deixa esp'rança doutr' amanhecer,
Com este encantador arrebol!
A tarde vai-se tornando sombria:
É o final dum belíssimo dia...
Amanhã haverá novo por do sol.
Modesto
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HORA DAS TRINDADES
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