terça-feira, 20 de fevereiro de 2018
TRANSPARÊNCIA
Não deveria, não, mostrar-me assim
Tão desnudado, de alma transparente!
Talvez eu dê ensejo a rir de mim,
Por inveja, malquerer de muita gente...
Sentinela, atalaia dum fortim,
Devia esconder-me prudentemente,
Guardar os meus cuidados só pra mim,
Tal como a mãe-terra guard' a semente.
Mas não! Porque não cabem no meu peito
E extravasam do meu caminho estreito
Os conselhos da vida qu' ao mundo dou?
Mãos francas, alma aberta sofredora,
Sem reservas, mostro-m' inteiro, agora,
Tal qual como Deus me quis e me criou!
Modesto
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