sábado, 29 de dezembro de 2018
O CRISTO DE HOJE É O POBRE
Todos os dias bate à minha porta,
Aceita a esmola que lhe dou - qu' é nada!
O passo vacilante, a sombra torta
E lá se vai, rastejando na calçada...
E é a miséria que o conforta,
Com sol a prumo ou chuva regelada
Vergado ao peso d' existência torta,
Mendiga sempre palmilhando estrada!
Hoje, aquecia minhas mãos ao lume,
Quando ele veio, como de costume,
Fixando em mim seu olhar penetrante.
E, ao dar-lhe esmola, qu' ele não reclama,
Mais uma vez, senti a face em chama,
Pois deixou a minha alma radiante!
Modesto
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