O rio ia descendo vagaroso
Sem pressa de chegar ao seu destino,
A modos de cansado peregrino,
Dos píncaros da serra receoso.
"Que rio madraceiro e preguiçoso!"
Dizia o povo irado e viperino.
E o moleiro rogara ao malandrino
Meia dúzias de pragas de raivoso.
Mas certa noite de Dezembro frio,
Rugindo como fera, o velho rio
Vá de correr ao mar em torvelinho.
Benzeu-se o povo, triste e rezadeiro!
E ainda hoje o pobre do moleiro
Não sabe onde lhe pára o seu moinho
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