Meus versos eram rosas, lírios, heras,
Borboletas, regatos, cotovias
Borboletas, regatos, cotovias
Cantando suas doces melodias,
Anjos, sereias, ninfas e quimeras.
Meus versos eram pombas entre as feras
E, na festa das horas e dos dias,
Ia dançando penas e alegrias
E o ano tinha quatro Primaveras.
E a festa continua... é também festa
O cardo e a urze, o tojo, a murta, a giesta,
A chuva no quintal, o vento Norte,
O gosto a mar, a lágrimas, a sal...
Até que um dia a vida, a bem ou a mal,
Me fez cantar e me emprestou a sorte.
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