Como o cego e o nu pede um abrigo
A alma que vive a tiritar de frio,
Lembra um arbusto frágil e sombrio
Que necessita do bom sol amigo.
Tem ais de dor de trémulo mendigo
Oscilante, sonâmbulo, erradio,
E como um ténue, cristalino fio
D´estrelas, como etéreo e louro trigo.
E a alma aspira o celestial orvalho,
Aspira o céu, o límpido agasalho,
Sonha, deseja e anseia a luz do oriente...
Tudo ela inflama de um estranho beijo,
E este anseio, este sonho, este desejo
Enche as esferas soluçantemente.
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