quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Ó ALMAS INDECISAS!

Almas ansiosas, trémulas, inquietas,
Fugitivas abelhas delicadas
Das colmeias de luz das alvoradas,
Almas de melancólicos poetas.

Que dor fatal e que emoções secretas
Vos tornam sempre assim desconsoladas,
Na pungência de todas as espadas,
Na dolência de todos os ascetas?!

Nesta esfera em que andais, sempre indecisa,
Que tormento cruel vos nirvaniza,
Que agonias titânicas são estas?!

Porque não vindes, almas imprevistas,
Para a Missão das Límpidas Conquistas
E das Augustas, Imortais Promessas?!

Modesto

terça-feira, 14 de outubro de 2025

MARIPOSA FIEL À CHAMA

Ó tu do grande amor fiel traslado
Mariposa, entre as chamas consumida,
Pois se à força do ardor perdes a vida,
A violência do fogo me há prostrado.

Tu de amante o teu fim hás encontrado,
Essa flama gigante apetecida,
Eu girando uma pinha endurecida
No fogo que exalou, morro abrasado.

Ambos, de firmes, anelando chamas,
Tu a vida deixas, eu a morte imploro,
Nas constâncias iguais, iguais nas famas.

Mas, ai!, que a diferença entre nós choro!
Pois acabando tu ao fogo, que amas,
Eu morro sem chegar à Luz, que adoro!

Modesto

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

OUTUBRO

Devagar que 'inda agora era Setembro
De areias tocadas de sol e vento!...
Desse odor a mar, ainda me lembro,
Vem Outubro tão calmo e ternurento...

Caminha misterioso e dourado,
Deixando no ar a melancolia;
O seu passo envolvente e pausado
Escreve em mim mais amor, mais poesia.

Doce Outubro, vindimas e colheitas,
Entre os homens patrões contas são feitas:
Quem bem semeia, bastante há-de colher.

Em tela orvalhado de beleza
Com mil cores vai pintando a Natureza
E meu peito num doce enternecer!

Modesto

SONETO NOSTÁLGICO, DOCE E MELANCÓLICO

No silêncio doce da lembrança, Ecoa um tempo que não volta mais, Sussurros suaves, pura esperança, Em versos tristes, sonhos tão banais. Põe...