Os meus amores vão-se por mar fora,
E vão-se por mar fora os meus amores,
Com sede, a murchar, como estas flores
Sem mais orvalho e a doce luz da aurora.
E os meus amores não virão agora,
Não baterão as asas multicores,
Como as aves mansas dentre os esplendores
Do meu olhar, do meu prazer de outrora.
Tudo emigrou, rasgando a esfera branca
Das ilusões, tudo em revoada franca
Partiu, deixando um bem-estar saudoso.
No fundo, ideal de toda a minha vida
Qual numa taça a gota indefinida
De um bom licor antigo e saboroso!
Modesto