Ei-la que volta, alegre e prazenteira,
Em busca do beiral do meu telhado:
De primavera grácil mensageira,
Veste de luto, mas não tem pecado.
De novo aqui pousada à minha beira,
Fita-me triste de me ver cansado,
Depois, revoluteando sobre a eira,
Convida-me a segui-la, em voa alado.
- Não sabes, andorinha, pois não sabes
Que o homem não tem asas como as aves
Para voar liberto nos espaços?
Voa, revoa, cruza os teus roteiros,
Ziguezagueia entre olmos e salgueiros,
Mas não te rias, não, dos meus cansaços...
Modesto
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