segunda-feira, 31 de outubro de 2022

SÓ PARA TI, FLORBELA

 Não te invejo o talento. O meu me basta!
Jamais quis competir, meter-me em brios.
E quanta vez, com a coragem gasta,
Me afoguei em terrores!... Mas venci-os!

A vida atraiçoou-me, foi madrasta
Do mais duro rigor! E, se desvios
Tentei, pra fugir-lhe, logo a vergasta
Ergueu em golpes duros...E eu sofri-os.

Assim foi meu caminho sinuoso
Tal a tua vida vazia e triste,
Aceito-a qual resgate - o meu fadário.

Eu sou um homem forte e corajoso,
Tu foste a mulher fraca, desististe...
Eu levarei a cruz ao meu calvário!

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