Bendita sejas chuva, minha amada,
Que alegras os cais tão prazenteira
Sobre os rúbidos cachos de videira,
Desta videira antiga, aqui plantada.
Vens à minha janela envidraçada,
Minha humilde chuva sorrateira.
Beijas, como o luar, a noite inteira
Os cachos rubicundos da latada.
Antes fosses cair, placidamente
Num gesto de ternura transcendente,
Nas ressequidas torgas de altos montes!
Não chovas no molhado, minha irmã!
Não imites os homens! Com afã,
Vai matar sedes onde não há fontes...
Modesto
Sem comentários:
Enviar um comentário