Tu que passas por mim sempre a cantar,
Mostrando nos teus lábios essa lira
Que vem da tua alma de luar
E por quem, na minha dor, tanto suspira...
Eu também, como tu, cantei outrora,
Quando tinh' o verdor da mocidade,
Trazia o coração feliz por fora,
Filho da primavera sem idade.
Mas o tempo desfez minha canção.
Um silêncio cruel entrou em mim,
Ficou paralisado o coração.
Mas tu não deixas de cantar, donzela!
Vejo-te como rosas no jardim,
Ouço tua voz da minha janela.
Modesto
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