sábado, 25 de julho de 2020

QUANDO O MAR BAIXA




















Quando o mar baixa, todos os rochedos
Me 'spreitam como vítima a abater.
E eu, já sem ousadias e sem medos,
Cruzo os braços, disponho-m' a perder.

Sem tábua de salvar, afrouxo os dedos,
Não penso, fecho os olhos pra não ver
Os picos aguçados dos fraguedos
Sabendo, embora, quanto vou sofrer.

Talvez que a maré alta vá voltar,
Trazer-m' o esquecimento, afogar mágoas
E encher o mar com mais serenas águas...

Talvez venham umas ondas de remanso...
Pois, nas marés da vida, o meu balanço
É positivo... E não há volta a dar!

Modesto.

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