quinta-feira, 20 de agosto de 2020

COMO TE ENTENDO, Ó CHUVA




Como te entendo, ó chuva, enquanto sais
Arrebatada pelo vento Norte
Do teu refúgio! E logo vos lançais
Num rodopio destravado e forte!

No imenso fol' de sopros glaciais
A que o trovão se junta e dá suporte,
Nas mãos do vento - garras colossais -
És um joguete balançando à sorte.

Nem ousas resistir! Tão suave e branda,
Quando na terra pousas os teus dedos
Logo ela se abre em flor, agradecida...

Com o saber da tua longa vida,
Acatas sem prosápias e sem medos
A lei da força bruta... Ela é que manda!

Modesto

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