quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

POESIA

 Dormem versos nos rubros corações,
Como sonhos vividos de quimera...
Depois, ao longe, ouvem-se as canções:
A andorinha, a rola, a Primavera...

Dentro do cofre deste coração
Há pérolas, rubis, jaspes, safiras,
Um rouxinol feliz traz a canção
Acompanhada de suaves liras.

A minha seara está madura
À espera do Ceifeiro Diligente.
A mesa do poeta tem fartura
Daquele pão que mata a fome à gente.

Os meus versos são ramos de oliveira
Que alguém num alto mastro colocou...
Quem viu esta pacífica bandeira,
Sorriu e de alegria até cantou!

Modesto

terça-feira, 21 de janeiro de 2025

VIDA SIMPLES

 Dá-me, Senhor, a alma simples, pura
Para Te amar e para Te servir;
Que o meu olhar vestido de candura
Na luz do sol Te possa descobrir.

Dá-me a tranquilidade segura
E a promessa das flores a abrir;
Que descubra nos outros coisa pura
Através do chorar e do sorrir.

Enche o meu coração de amor perfeito,
Põe uma rosa dentro do meu peito
Pra perfumar a minha humildade.

Que voe pelo céu meu pensamento
Que no sol, na lua, em todo o firmamento...
Veja imagens de simplicidade.

Modesto


quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

VIVA O SILÊNCIO

 O meu silêncio, às vezes, faz-me bem! 
Preciso de pensar um pouco em mim.
Certos silêncios fazem-nos tão bem...
O Inverno é um repouso no jardim!

Gosto de estar sozinho na montanha,
Aprecio o sossego da paisagem,
Vejo o rio feliz que as margens banha
Levando até à foz uma mensagem.

E no silêncio crescem as maçãs,
E no silêncio brilham as estrelas,
E em silêncio formam-se as manhãs
Vestidas como noivas todas belas!

Falta silêncio nesta sociedade
Que vive e se desloca em burburinho...
A agitação constante na cidade
Faz a gente perder-se no caminho!

Modesto

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

ATENÇÃO

 Tu que sofres na vida, não me leias,
Podes, talvez, sentir desilusão;
Antes pensa na vida das colmeias,
Terás no peito mel e uma canção.

Li e reli meus versos e pensei:
Quem irá entender o que escrevi?
Uma alegria e dor neles deixei,
Em todos ri, chorei, amei, sofri.

Tu não queiras seguir os meus caminhos,
Não te iludas com sonhos de poetas:
São roseiras que só têm espinhos
E a vida nada tem de borboletas.

Talvez um dia, alguém descobrirá
Que também tinham alma e sentimento,
Que foram para muitos um maná
E às almas tristes deram alimento.

Modesto

ANJO DA PAZ

Dentre um cortejo de harpas e alaúdes, Ó Arcanjo sereno, Arcanjo níveo, Baixas-Te à terra, ao mundanal convívio... Pois que a terra Te ajude...