Sabes, mãe: - Porque do rio a corrente,
No seu leito azul, nem sempre é igual?
Que causa existe às vezes, pela qual
Se torna caudaloso e triste à gente?
- Que ingénua pergunta... Angelical!...
Não sabes, filho, que na Beira ardente,
Lá, onde o rio nasce, mesmo em frente,
Habita a doce Mãe de Portugal?
A Virgem, pelo Estio, menos chora
O desprezo dos homens, por quem ora,
Por ver os seus romeiros criancinhas!
O Inverno é-lhe mais triste, é muito frio...
E não sabes que as águas deste rio
São o pranto da Virgem da Lapinha?!...
Modesto
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