quarta-feira, 31 de agosto de 2022

VINHA CAINDO A TARDE

 Vinha caindo a tarde. Era um poente de agosto.
A sombra já enoitava as moitas. A humidade
Aveludava o musgo com tanta suavidade
Qu' havia  de fazer chorar nesse sol-posto.

A viração do oceano acariciava o rosto
Como incorpóreas mãos. Fosse água ou saudade,
Tu olhavas, sem ver, os vales e a cidade.
Foi então que senti sorrir o meu desgosto....

Ao fundo, o mar batia a crista dos escolhos...
Depois o céu... e mar e céus azuis: Dir-se-ia
Prolongarem a cor ingénua de teus olhos...

A paisagem ficou espiritualizada.
Tinha adquirido uma alma e uma nova poesia
Desceu do céu, subiu do mar, cantou na estrada...

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