Talvez alguém estes meus versos vai ler
E não entenda que o amor neles palpita,
Nem que a saudade trágica, infinita
Por dentro deles sempre está a viver.
Talvez, amigo, não fiques a perceber
A paixão que me enleva e me agita,
Como uma alma dolorosa e aflita
Que num sentimento pode desfalecer.
E talvez ao leres-me, com piedade,
Digas, a sorrir, num pouco de amizade,
Boa, gentil, carinhosa e franca:
Ah! Bem conheço o teu afecto triste...
E na minha alma o mesmo existe,
Tens amizade que raro se alcança!
Modesto
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