Sou o outono da vida
Que no verão do amor
Encontrou vida perdida:
A primavera sem flor!
Vieram invernos frios,
Transformar a vida em dor
E também os desafios
Duma escolha de rigor:
Havia campos de trigo
E as honras, as vitórias...
Havia vidas em p'rigo,
Desafiando memórias.
Então, à luz do luar,
Semeei rosas, perfumes...
E com elas quis ornar
A vida com seus costumes.
Meu carinho e desvelo
Viu o vento levantar
E desfazer o novelo
Em que 'stava a enredar...
Sou forte! Ninguém s'engane,
Tenho armas pra vencer!
Logo qu'a luta se arme...
Hei-de ver, hei-de crescer!
A tormenta vai passar,
Novo caminho surgir
E sorrisos vou 'spalhar...
A bonança há-de vir!
'Spírito jovem qu'eu amo,
'Inda não envelheceu!
Respiro, suspiro, amo...
Primavera floresceu!
Modesto
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