quinta-feira, 24 de outubro de 2024

EMOÇÕES PROFANAS

 Pompas, pompas, pompas soberanas
Majestade serena da escultura
A chama da suprema formosura,
A opulência das púrpuras romanas.

As formas imortais, claras e ufanas,
Da graça grega, da beleza pura,
Resplendem na angélica brancura
Desse teu corpo de emoções profanas.

Cantam as infinitas nostalgias,
Os mistérios do amor, melancolias,
Todo o perfume das eras apagadas...

E as águias da paixão, brancas, radiantes,
Voam, revoam, de asas palpitantes,
No esplendor do corpo arrebatadas!

Modesto

quinta-feira, 17 de outubro de 2024

BELEZA DAS CATEDRAIS

 Pelas bizarras, góticas janelas
De um templo medieval o sol ondula:
Nunca os vitrais viram coisas mais belas
Quando, no ocaso, o sol as doura e oscula.

Belas e multicores aguarelas
Sobre um lindo céu que além se azula...
Calma, serena, divinal, entre eras,
A pomba, branca como os anjos, arrulha.

Rezam de joelhos anjos de mãos postas
Através dos vitrais, e nas encostas
Dos montes a claridade a ondear...

É a lua de Deus que, nas curvas meigas,
Foi ondular pelos vergéis e veigas,
Magnólias e lírios desfolhar!

Modesto

quinta-feira, 10 de outubro de 2024

MULHER DO MEU PASSADO

Quanta mulher no meu passado, quanta!
Tanta sombra em redor! Mas que me importa,
Se delas veio o sonho que conforta...
A tua vinda foi três vezes mais santa!

Erva do chão que a mão de Deus planta,
Folhas de rojo murchas à tua porta...
Quando eu for uma pobre coisa morta,
Serás a mulher mais linda que encanta!

Mas eu sou a manhã: Apago estrelas!
Hás-de ver-me, beijar-me em todas elas,
Mesmo na boca da que for mais linda!

E quando a derradeira, enfim, vier,
Nesse corpo vibrante de mulher
Será o meu que hás-de encontrar ainda...

Modesto
 

sábado, 5 de outubro de 2024

QUANDO EU PARTIR

 Quando eu partir, que eterna e que infinita
Há-de crescer-me a dor de tu ficares!
Quanto pesar e mesmo que pesares,
Que comoção dentro desta alma aflita!

Por nossa vida toda sol, bonita,
Que sentimento, grande como os mares,
Que sombra e luto pelos teus olhares
Onde o carinho mais feliz palpita...

Nesse teu rosto de maior bondade
Quanta saudade, que atroz saudade...
Quanta tristeza por nós ambos, quanta?

Quando eu tiver já de uma vez partido,
Ó meu amor, ó meu muito querido
Amor, meu bem, meu tudo, ó minha santa!

Modesto

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

OS ANJOS CANTAM HINOS ETERNOS

 Bendito, misericordioso Uno e Trino,
Imenso, inconcebível e infinito.
Em Vós a mente não compreende o divino
E, pois, canta sem cessar eterno «Bendito».

Santo, Misericordioso, Criador,
Inconcebível poder, mas cheio de amor tanto,
Adorar-Vos é do nosso ser o penhor,
Catando o nosso hino eterno: «Santo, Santo, Santo...»

Bendito o misericordioso eterno amor,
Muito além da safira, do celeste manto,
Assim a corte dos espíritos em louvor
Entoam seu hino eterno: «Três vezes Santo...»

Modesto


O SORRISO INTERIOR

 O ser que é ser e que jamais vacila Nas guerras imortais entra sem susto, Leva consigo este brasão augusto Do grande amor, da grande fé tra...